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Lojistas esperam vender até 18% mais no Dia das Crianças

Considerada a terceira melhor data para os lojistas – atrás apenas do Natal e do festejo das mães –, e faltando exatos 20 dias para a comemoração, ainda dá tempo de organizar a vitrine e preparar o estoque com o objetivo de incrementar as vendas com a edição 2019 do Dia das Crianças.

De acordo com projeções da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio), o faturamento nos setores mais ligados às compras para os baixinhos devem crescer entre 5% e 18% em outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo os especialistas, porém, esse número pode chegar a 30%. Destaque para o setor de vestuário, tecidos e calçados, com estimativa de alta nas vendas de 18%.

Consultor econômico da Fecomércio, Guilherme Dietze explica que o segmento sempre se descola em relação aos demais – em datas comemorativas do varejo ao longo do ano – por comercializar presentes com preços mais acessíveis, custando entre R$ 100 e R$ 200. “Como tênis, calça, camiseta, mochila, onde não se há necessidade de empréstimo para a compra”, afirma.

Em seguida, e ainda segundo o levantamento – realizado em parceria com as secretarias estaduais de Desenvolvimento Econômico e da Fazenda –, lojas de eletrodomésticos e eletrônicos devem vender 10% mais tablets e jogos eletrônicos este ano em relação ao anterior, itens beneficiados com a redução de impostos que já se reflete no preço praticado no varejo, ele diz.

Falando em um “cenário de recuperação e melhora gradativa” da economia, Dietze destaca a injeção estimada em

R$ 800 milhões provenientes de saques do FGTS/ PIS/ Pasep na Bahia nos próximos seis meses. Recursos esses que devem, segundo o consultor, ser utilizados em iguais proporções em: 1) pagamento de dívidas; 2) contas do dia a dia;

3) consumo das famílias.

“A liberação dos valores pode ser um influenciador de resultados positivos no varejo no segundo semestre. O índice de intenção de consumo de Salvador também dá sinais de recuperação no mês de agosto, favorecendo as vendas para o Dia das Crianças”, diz.

Na loja (conceito) de brinquedos Ri Happy no Shopping da Bahia o “movimento já começou”, e o clima lá é só alegria, conta o gerente assistente Gilcimar Monteiro. De acordo com ele, a busca maior é por uma boneca que reproduz as “funções” de um bebê de verdade, carros com controle remoto, helicóptero e até miniaturas de youtubers conhecidos pela garotada.

Ainda segundo Monteiro, o segredo para caprichar nas vendas no período é manter a loja bem organizada, o sorriso no rosto e dedicar atenção total ao consumidor. “Tem muita novidade, opções para todos os bolsos, todas as idades. A procura já cresceu; eles merecem (os pequenos)”, diz.

Para dar conta da demanda, segundo a assessoria de imprensa do grupo, a Ri Happy está reforçando o time de vendas com a contratação de três mil empregados temporários pelo país – sendo que 93 vagas estão abertas em Salvador. Para se candidatar é necessário segundo grau completo (ou cursando), ter 18 anos ou mais e experiência em loja na área de vendas, caixa ou como fiscal. As inscrições vão até 31 deste mês, no endereço eletrônico https://www.rihappy.com.br/vagastemporarias.

Quiosques em shoppings

“Tudo pronto” também na Piticas do Salvador Norte Shopping. Quem circula pelos centros de compra da capital e nunca cruzou com os quiosques que vendem camisetas, canecas, bonés, moletons, pijamas, almofadas, chaveiros, action figures (colecionáveis) de super-heróis, personagens animados e quadrinhos para “crianças de todas as idades?”, como diz o franqueado da marca, Rogério Ferreira.

Segundo ele, o negócio já cresceu 30%, no acumulado de 2019, e para o mês das crianças há previsão de um aumento de mais 15% nas vendas – os preços dos produtos variando entre R$ 9,90 e R$ 499. “Os pais adoram, as crianças também. A junção disso tudo é muito boa. São presentes ligados à cultura pop”, fala.

Presidente da associação dos lojistas do Salvador Shopping e proprietário da Cambalhota – marca própria de calçados infantis –, o empresário Humberto Paiva, ao passo que destaca a relevância do Dia das Crianças para o varejo, período em que costuma faturar entre 20% e 30% mais, lembra que, ao cair em pleno sábado (12), e com o impedimento pela Justiça da abertura das lojas em feriados, até que seja assinada convenção coletiva da categoria entre patrões e trabalhadores do comércio, este ano a receita do setor deva crescer um pouco menos.

Ainda segundo ele, um outro acordo, porém, permite a abertura neste dia das chamadas lojas-âncora (maiores, como as de departamento). “Se não abrimos 12 de outubro vamos perder 10%. Esse é um dia em que chegamos a vender R$ 20 mil até R$ 30 mil mais”.

Especialista do Sebrae, o consultor Rogério Cerqueira lembra a importância do planejamento quando o assunto é aumento das vendas em datas comemorativas. “É necessário verificar o estoque, negociar prazos com fornecedor, mas também é fundamental manter a loja limpa, bem iluminada, ter uma equipe bem treinada, motivada, e prestar um atendimento impecável”, diz.

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