Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta para uma queda acentuada nos preços internos da carne de frango. “A pressão está atrelada sobretudo à maior oferta que vem sendo realocada ao mercado doméstico há duas semanas, com a confirmação de caso do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro (RS)”, explicam os especialistas.
Atualmente, a União Europeia e outros 24 países impuseram embargos à commodity de todo o território brasileiro, enquanto 16 países restringiram as compras de carne de frigo com origem no Rio Grande do Sul e dois países suspenderam a aquisição de carne de frango vinda especificamente de Montenegro.
Agentes consultados pelo Cepea relatam um fluxo mais intenso de produtos avícolas do Sul do país a preços mais competitivos, gerando um desequilíbrio entre oferta e demanda na região. O Sul, vale ressaltar, é a principal região produtora e exportadora de carne de frango do Brasil.
Paralelamente, a demanda doméstica pela proteína está enfraquecida, especialmente neste final de mês, período em que o poder de compra da população tende a ser menor. Esse cenário combinado reforça a tendência de retração nos valores de negociação da carne de frango no mercado interno.
Mercado de ovos: maio fecha com baixa liquidez e preços em queda
O mercado de ovos encerrou o mês de maio com baixa liquidez e queda nos preços em todas as regiões monitoradas pelo Cepea. Conforme relatos de agentes consultados pelo Cepea, o ritmo lento das vendas resultou no aumento dos estoques nas granjas em diversas praças. Esse cenário provocou a desvalorização da proteína, dificultando o escoamento da produção.
Colaboradores do Cepea esperam que a virada do mês traga um típico aquecimento na demanda, o que pode elevar o fluxo de vendas. Adicionalmente, “há relatos de descarte de poedeiras mais velhas em algumas regiões, medida que pode influenciar no controle da oferta no mercado interno e ajudar a sustentar os valores da proteína”, concluem os pesquisadores do Cepea.