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Com investimento a partir de R$ 4 mil já é possível abrir uma microfranquia

Franquias podem custar até R$ 100 milhões. Mas quem busca as vantagens de uma marca já testada no mercado pode contar também com uma alternativa mais econômica. São as microfranquias, modelo de negócios com estrutura e custos – desde a taxa de franquia até os gastos operacionais – mais enxutos. Com um investimento de R$ 4 mil já é possível ser um franqueado.

A modalidade cresce mais até mesmo do que o próprio mercado de franquias em geral. De acordo com o último balanço da Associação Brasileira de Franchising (ABF), entre 2017 e 2018, enquanto o número de marcas franqueadas cresceu em 5,2%, as que operam como microfranquias cresceram 8%, atingindo um total de 589 marcas.

Para o presidente da ABF na região Nordeste, Leonardo Lamartine, o crescimento dessa modalidade, que abrange opções de negócios de até R$ 90 mil, está relacionado à busca por custos menores. “Diante da recessão econômica em que o país se encontra, minimizar investimentos e optar por aqueles que ofereçam menos risco é sempre uma boa alternativa. Pesquisa do Sebrae, por exemplo, revela que 23% das empresas fecham depois de dois anos. Com franquias, esse número cai para 5%. Isso significa que franquias são negócios mais seguros”, afirma.

Foi justamente isso que levou Petrônio Cravo a se tornar um microfranqueado. Com um investimento inicial de cerca de R$ 5 mil, ele passou a oferecer em Feira de Santana o serviço delivery da marca de estética automotiva Acquazero.

“Nosso modelo não tem um ponto físico, vamos até a empresa ou casa do cliente. Começamos com poucos equipamentos, fazendo muita coisa à mão mesmo, e oferecendo poucos serviços. Não era obrigatório para o modelo, mas fomos investindo, comprando equipamentos, até para facilitar nosso trabalho”.

A ideia de Petrônio era que o negócio se tornasse um complemento financeiro. Até então, a renda da família dependia do negócio independente de sua mulher, mas um problema de saúde dela fez com que a produção precisasse diminuir. Petrônio, que sempre levava seu carro para manutenção e dificilmente voltava satisfeito, enxergou nesse mercado e nas microfranquias uma saída. Um ano depois, seu negócio conta com três funcionários e já caminha para ser a principal renda da casa, lucrando em média R$ 8 mil por mês.

Apesar de ter começado como microfranqueado, dependendo dos investimentos feitos por Petrônio, há a possibilidade de sair dessa modalidade. Isso porque existem marcas que oferecem apenas modalidade de microfranquias, mas existem também as mistas, aquelas que oferecem a estrutura de marca tanto dentro do modelo mais enxuto da microfranquia quanto dentro de um modelo mais completo.

Opções de modelo

Esse movimento de crescimento das microfranquias está, portanto, atrelado também à outra ponta da relação. Para o coordenador de comércio e serviços do Sebrae Bahia, Ítalo Guanais, a capacidade dos próprios franqueadores de desenvolverem e oferecerem diversas opções de modelos de negócios também auxiliou nesse crescimento.

“Agora as marcas passaram a desenvolver opções de modelos de negócios mais específicos, menores e com apenas uma parte do know-how, do saber prático desenvolvido pela empresa para enfrentar as dificuldades impostas pelo mercado”.

Marcelo Salomão seguiu nesse movimento e, há um mês, desenvolveu a Dont Bank, um banco digital que opera apenas em modelo de microfranquia. Com investimento inicial de R$ 6 mil – já inclusos taxas de franquia, de administração e custo de instalação –, o negócio promete um faturamento mensal bruto de R$ 5 mil.

Com foco em clientes empresariais, o banco funciona inteiramente através de plataformas digitais e oferece serviços como conta-corrente, cartão de crédito e até sistema de cobranças de inadimplentes. O microfranqueado funcionará como uma espécie de gerente da agência, trabalhando de casa para solucionar as dificuldades dos clientes. De acordo com Salomão, o banco, que já funciona nas cidade de paulistas de Campinas, Birigui e Bauru, já traça seu plano de expansão para o Nordeste, em especial Salvador.

“Acreditamos no potencial do negócio, aliado ao baixo investimento. Hoje, as pessoas encontram nas microfranquias uma alternativa de renda ou até mesmo para se recolocar no mercado de trabalho”.

*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló

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