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Polícia Federal diz que plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes foi discutido na casa de Braga Netto

Segundo a PF, detalhes do plano foram corroborados por documentos apreendido e pela colaboração de Mauro Cid; possibilidade de envenenamento do presidente teria sido cogitada

Ex-Ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro,, Walter Braga Netto

Ex-Ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro,, Walter Braga Netto (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil – 21.11.2018)

As investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022  identificaram que o plano para assassinar o presidente Lula,  o vice-presidente Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi discutido em 12 de novembro daquele ano na casa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro.

Segundo as investigações da PF, os golpistas batizaram o plano de “copa 2022”, com “elementos típicos de uma ação militar planejada detalhadamente, porém, no presente caso, de natureza clandestina e contaminada por finalidade absolutamente antidemocrática”.

A reunião na casa de Braga Netto foi confirmada pelo general Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que se tornou colaborador da Justiça, e corroborado por materiais apreendidos com general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral do ex-presidente, Mário Fernandes, preso nesta terça-feira (19).

Braga Netto participou da reunião, segundo a PF, assim como Mauro Cid e os majores Hélio Ferreira Lima e Rafael de Oliveira, que também foram presos nesta terça. Eles são suspeitos de elaborarem, junto com Fernandes, o plano para matar Alckmin e Lula.

As investigações da PF descobriram que as execuções de Lula e Alckmin estavam marcadas para o dia 15 de dezembro. Além disso, o encontro também decidiu sobre o monitoramento e a execução do ministro Alexandre de Moraes. Tanto ele quanto Lula seriam mortos por envenenamento.

Ainda conforme a PF, depois do encontro, o major Oliveira mandou para Mauro Cid um documento em formato de Word intitulado “Copa 2022”, que destacava as necessidades iniciais de logística e orçamento para os crimes.

Além disso, o plano contava com a participação dos “kids pretos”, tropa de elite do Exército da qual os militares envolvidos, na execução das atividades clandestinas. Os militares presos nesta terça faziam parte desse escalão.

Plano homicida foi impresso no Palácio do Planalto

A investigação da PF também descobriu que Mário Fernandes imprimiu o documento que previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes dentro do Palácio do Planalto em 6 de dezembro de 2022, às 18h09. Durante esse período, Bolsonaro estaria presente no Palácio do Planalto.

Confira o trecho completo do relatório da PF:

“A Polícia Federal aponta que o documento contendo o planejamento operacional denominado “Punhal verde amarelo” foi impresso pelo investigado MÁRIO FERNANDES no Palácio do Planalto, no dia 09/11/2022, ocasião em que os aparelhos telefônicos dos investigados RAFAEL MARTINS DE OLIVEIRA (JOE) e MAURO CESAR CID estavam conectados a ERBS que cobrem o Palácio do Planalto, e posteriormente levado até o palácio do Alvorada, local de residência do presidente da República, JAIR BOLSONARO. (…) “O então presidente da República JAIR BOLSONARO também estava no Palácio do Planalto. No mesmo período, verificou-se também a presença concomitante, na região do palácio do Planalto, de MAURO CID e RAFAEL DE OLIVEIRA. Conforme descrito no tópico 2.2. desta peça, a Polícia Federal comprovou que o então Major RAFAEL DE OLIVEIRA (JOE), Força Especial (“kid Preto”), lotado no Batalhão de Ações e Comando – BAC, foi um dos integrantes da operação “copa 2022”, que efetuaria a prisão/execução do ministro ALEXANDRE DE MORAES no dia 15/12/2022.”

 

Fonte: Último segundo

 

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