GOVERNO DO ESTADO

General Freire Gomes confirma reuniões com Bolsonaro por tentativa de golpe

Bolsonaro apresentou hipóteses de ruptura institucional e documento com considerações referentes à estado de Defesa ou Sítio, disse o general

O general Freire Gomes confirmou que houve reuniões sobre tentativa de golpe após o resultado das eleições de 2022. O ex-comandante do Exército confirmou que Jair Bolsonaro (PL) apresentou hipóteses de ruptura institucional nas reuniões em depoimento prestado ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, 19.

Ao ser questionado se Bolsonaro havia apresentado hipóteses de ruptura, Freire afirmou que “foi apresentado um documento, em que foi lido alguns considerandos que remetiam a GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de Defesa ou Sítio. O presidente apresentou como informação, pois ele estava fazendo um estudo sobre o assunto.

Segundo Freire, Bolsonaro, após o resultado das eleições, sempre apresentava o andamento do processo, “mas em todas as reuniões, a maneira como foi apresentada a situação e a conjuntura que os estudos poderiam ser feitos, mas não competia aos militares opinião ou ação sobre as atividades das eleições”.

“Ele apresentou esse apanhado de considerandos apoiados em aspectos jurídicos. Como o assunto seria aprofundado, eles aguardaram uma nova manifestação do presidente”, acrescentou.

Segundo ele, o documento apresentado nas reuniões “foi sendo aperfeiçoado e complementar e houve reunião em que o presidente comentou do estudo”.

“O brigadeiro Baptista Júnior também foi contra e eu alertei ao sr. PRESIDENTE que ele deveria pensar nos apoios jurídicos e legislativos em que, se ele não tivesse esses apoios, ele poderia ser implicado juridicamente. Eu não dei voz de prisão ao presidente, jamais faria isso”, afirmou o ex-comandante.

A fala de Freire Gomes é um dos depoimentos que o STF ouviu nesta segunda-feira. O ministro Alexandre de Moraes abriu a audiência de depoimentos das testemunhas dos réus do Núcleo 1 da trama golpista, formado pelo expresidente Jair Bolsonaro e mais sete denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro é o relator do caso.

Além do ex-comandante, o empresário Eder Lindsay Magalhães Balbino também está na lista de depoentes. Dono de uma empresa de tecnologia da informação, ele é acusado de ajudar o PL, partido de Bolsonaro, na produção de um estudo para alegar fraudes nas urnas eletrônicas.

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