Apesar de 67% das pessoas no Brasil reconhecerem que o álcool pode causar câncer, 25% da população toma algum tipo de bebida alcoólica pelo menos uma vez por semana. A possibilidade de ter a doença aumenta conforme a quantidade ingerida de álcool e hábitos associados, como tabagismo, sedentarismo, obesidade e má alimentação.
Há relação entre álcool e aparecimento de câncer?
Sim, a ciência cada vez mais tem comprovado que a bebida pode gerar o surgimento de tumores, independentemente do estilo de vida e da alimentação. De todas as causas de câncer, 42% são externas, como fumo e obesidade — ou seja, evitáveis. Entre esses fatores externos, a bebida responde por 5% dos casos da doença. Pode parecer pouco, mas isso representa 500.000 ocorrências por ano em todo o mundo.
Quais são os tumores mais associados ao álcool?
A bebida está diretamente ligada ao aparecimento de tumores na boca, no esôfago, na laringe, na bexiga e no estômago. Para esses tipos, não há dúvida alguma da relação. Uma pessoa que bebe muito, por exemplo, possui risco até dez vezes maior de ter câncer de boca, em comparação a quem não consome álcool.
Alguns estudos também apontam para a influência do álcool no surgimento de tumores malignos em partes do corpo que até então não eram associados ao consumo da substância, como a mama e o intestino. No entanto, ainda não há consenso na comunidade médica sobre essa relação.
Existe perigo mesmo para quem bebe moderadamente?
O nível seguro de ingestão alcoólica é controverso. Enquanto algumas pesquisas mostram que um drinque por dia não faz mal à saúde, outras indicam que a mesma quantidade aumenta o risco de câncer. O fato é que quanto mais uma pessoa bebe, maior a possibilidade de ter a doença.
Começar a consumir álcool precocemente também pesa. Portanto, o recomendado é maneirar na dose.
Algumas bebidas têm maior risco de causar câncer?
Estudos epidemiológicos revelam que os destilados possuem efeito marcante na ocorrência de tumores na boca, faringe e laringe. Já as bebidas fermentadas (vinho, cerveja) têm associação menor ao surgimento da doença. Porém, seu consumo diário está ligado ao câncer de garganta.