A estratégia não precisou ser deflagrada porque o petista se entregou à PF, no último dia 7, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo
Polícia Federal já havia elaborado um “plano B” para prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva caso ele não se entregasse, no fim da tarde do último dia 7. A rendição só aconteceu após mais de 48 horas da ordem de prisão emitida pelo juiz Sérgio Moro. O petista deixou a pé o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, para chegar ao comboio da PF que o esperava.
No dia 6 de abril, chegou a faltar água no edifício. Foi necessário um caminhão-pipa para retomar o abastecimento. Nessa mesma data, procurada, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) negou ter cortado o serviço na área e alegou que o excesso de pessoas no sindicato pode ter influenciado.
Integrantes da PF também ficaram cientes que havia mais militantes dentro do prédio do que do lado de fora, o que dificultaria a prisão. Com essa informação, houve outra determinação para que agentes não entrassem no edifício. A polícia acredita que o tumulto no interior do sindicato tenha sido para retardar a detenção do ex-presidente.
Como Lula terminou se entregando, a estratégia da PF não precisou ser deflagrada. A justificativa é que os advogados de defesa do petista estavam em negociação constante e conseguiram contornar a situação depois que a Polícia Federal deu um ultimato. Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá.