O índice de mortalidade está atrás apenas das ocorrências de automóveis, com 331 vítimas fatais
A morte dos policiais militares, Davi Simões Borges, 31, e Juclei Moraes da Silva, 27, vítimas de um acidente de moto em frente ao estádio do Barradão, na noite do último domingo (26), em Salvador, acende alerta para o perigo que a motocicleta representa para o motorista e o carona. Somente até agosto deste ano, 287 motociclistas morreram em decorrência de acidentes de trânsito na Bahia.
O índice de mortalidade está atrás apenas das ocorrências de automóveis, com 331 vítimas fatais, conforme dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab). Ainda segundo a Sesab, na capital baiana foram registrados 14 óbitos por conta do uso do veículo de duas rodas. No ano passado, 625 pessoas perderam a vida.
As motos representam 27% da frota nacional de veículos. Porém, os acidentes com motocicletas concentraram mais de 70% das indenizações pagas às vítimas pelo DPVAT, seguro gratuito para custeio de danos pessoais causados por veículos.
David Duarte Lima, especialista em trânsito da Universidade de Brasília (UNB), acredita que falta preparo para os motociclistas brasileiros. Para ele, a formação dos condutores é precária, os motoristas possuem hábitos ruins no trânsito, além de que, muitas vezes, adotam um estilo arriscado de pilotagem. O professor também pontua que as pistas são inadequadas ou até hostis para quem conduz uma moto, fator que contribui para a ocorrência de acidentes.
“Em outros países, a realidade é diferente. Se considerarmos a Itália ou a Espanha, onde há muitos veículos de duas rodas, o risco dos brasileiros é cerca de 15 vezes maior, para a mesma quantidade de veículos. Em outras palavras, proporcionalmente a frota, um milhão de motocicletas mata quinze vezes mais por aqui do que na Itália ou na Espanha”, exemplificou o especialista.