Ex-deputada federal é acusada de ser mandante do crime; outros oito réus também serão julgados
O Tribunal de Justiça marcou para dia 9 de maio o júri popular da deputada federal cassada Flordelis dos Santos de Souza. A ex-parlamentar, presa desde agosto do ano passado, responde, com mais oito acusados, pela morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado a tiros em junho de 2019. Ela é acusada de ser a mandante e mentora do assassinato de Anderson.
A decisão da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, dividiu o julgamento em duas sessões. Uma, no dia 9, para Flordelis e mais três rés, a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues, a neta Rayane dos Santos Oliveira e a filha afetiva Marzy Teixeira da Silva.
A outra está marcada para o dia 12 de abril, com o julgamento dos outros cinco acusados: o filho biológico de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues; os filhos afetivos André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Francisco da Silva; e o ex-PM Marcos Siqueira Costa e sua esposa Andrea Santos Maia.
“Tendo em vista o número remanescente de nove corréus a serem julgados, bem como em prol da mais ampla defesa, o julgamento será cindido [dividido] em duas sessões.”, esclareceu, na decisão, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce.
Em novembro de 2021, outros dois filhos da ex-deputada federal foram condenados pela morte do pastor Anderson do Carmo no Tribunal de Júri de Niterói. Flávio Santos, filho biológico de Flordelis, é acusado de ser o autor dos disparos de arma de fogo. Lucas Cézar, filho adotivo da ex-deputada, é acusado de ter ajudado o irmão na compra da arma utilizada no crime.
Flordelis teve seu mandato parlamentar cassado no dia 11 de agosto, após a Câmara dos Deputados ter votado de forma favorável à perda do cargo. O plenário acompanhou a resolução aprovada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Foram 437 votos a favor da cassação e apenas sete contra. A ex-parlamentar foi presa dois dias depois, em Niterói, região Metropolitana do Rio.
Em nota enviada à CNN, a defesa da ex-deputado informou que “ainda não foi intimada da decisão”. “De qualquer maneira, após a regular intimação, tomará as medidas jurídicas cabíveis para que as garantias constitucionais da ex-deputada sejam respeitadas”, diz a defesa.
Relembre o caso
O pastor Anderson do Carmo, de 42 anos, foi morto a tiros na madrugada de 16 de junho de 2019, na garagem da casa onde morava com a família em Pendotiba, na cidade de Niterói, região metropolitana do Rio.
Flordelis e mais 10 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público (MP) pelo assassinato, em 2019, de Anderson do Carmo de Souza, então marido da parlamentar. Na época, Flordelis não teve sua prisão pedida por conta da imunidade parlamentar.
Segundo o MP, dos 55 filhos biológicos e adotivos da pastora, sete estão envolvidos no crime, além de uma neta e outras duas pessoas. No documento, o MP também cita que, por diversas vezes, Flordelis tentou manipular as testemunhas do processo que investiga a morte de Anderson do Carmo.