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Com insulina: pais são denunciados por tentar matar filho de 2 meses

Bebê sobreviveu após cuidados médicos; outros dois filhos do casal morreram ano passado, diagnosticados com a mesma doença, hiperinsulinismo.

om uma injeção de insulina em um bebê de apenas dois meses, um casal foi denunciado por tentativa de matar o próprio filho, em Brasília. Segundo informações do Correio Braziliense, o homem é acusado de ter fornecido o medicamento enquanto a mulher é suspeita de ter aplicado a injeção, provocando hiperinsulinismo (estado de quantidade elevada do hormônio insulina no sangue). O crime teria ocorrido em junho deste ano, no Hospital Universitário de Brasília.

O bebê foi internado no dia 24 de junho, por suspeita de hiperinsulinismo congênito (doença que causa convulsões e calafrios). Mesmo com as reações graves, ele recebeu os devidos cuidados médicos e sobreviveu. Outros dois filhos do casal morreram no ano passado, diagnosticados com a mesma doença.

Assustado com o nível de insulina muito acima da média para um bebê de dois meses, o médico que o atendeu solicitou exames para pesquisar as causas, descobrindo que os altos valores seriam da administração proposital da substância. O profissional desconfiou da mãe e denunciou o caso ao conselho tutelar, que comprovou nas imagens do circuito interno do hospital a mulher injetando a substância no filho.

A delegada responsável pelo caso também encontrou uma seringa dentro da roupa íntima da mãe, que teria confessado o crime à polícia, sem revelar o motivo. O pai, que trabalha como entregador em uma farmácia, negou ter sido o responsável por providenciar a insulina.

O casal foi afastado por medida judicial do convívio com os quatro filhos, que há dois meses vivem em um abrigo. Ainda deve ser investigado se o mesmo crime chegou a ser cometido contra as outras crianças. O Ministério Público enviou para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) um pedido de abertura de inquérito para que sejam investigadas também as mortes dos outros dois filhos, no ano passado.

Ainda segundo a reportagem, o casal denunciado havia ajuizado uma ação de indenização por danos materiais e morais contra o Governo do Distrito Federal, pela falta de medicamento para uma das crianças que morreu no ano passado, ganhando a causa em primeira instância. Na opinião do Ministério Público as ações do casal atingiram “não apenas os próprios filhos, mas também o Estado e a Sociedade – que foi manipulada para doar dinheiro às campanhas realizadas pelos acusados”. Os acusados não foram identificados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

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