Reajustes consecutivos resultaram no esvaziamento de postos de combustíveis da capital; alguns estabelecimentos já apresentam queda de 50% no faturamento.
A Petrobras reajustou mais uma vez o preço dos combustíveis. Dessa vez, o aumento foi de 1,80% no preço da gasolina e 0,95% no valor diesel. Já são 12 aumentos em menos de 20 dias.
Com tantos reajustes consecutivos, alguns postos da capital já apresentam queda de 50% no faturamento por falta de clientela. A capital baiana possui em torno de 250 postos de combustíveis, mas, de acordo com o presidente do Sindicombustíveis Bahia, Walter Tannus, o número está caindo significativamente.
“O preço da gasolina está indo para um patamar em que dificilmente o consumidor terá condições de arcar o custo. Essa política perversa tem agravado a crise econômica e prejudicado a população e os empresários. Muitos postos estão perdendo fôlego financeiro e com dificuldade de sobreviver”, afirma.
De acordo com a Tribuna da Bahia, a rede de postos Mataripe está penando com a crise. Dos sete postos da rede existentes em Salvador, quase todos estão sem gasolina para ofertar.
“Muitos donos de postos estão hoje sem produto, porque não consegue repor seu capital de giro. Pede o produto hoje em um preço, mas não sabe o preço que vai receber amanhã. A Petrobras diz que é empresa do brasileiro, mas está trabalhando para ela. Não consigo ver uma melhora enquanto não mudar essa política de preço”, critica Tannus.
Além da política de preços da Petrobras, a “elevada carga tributária que corresponde a 50% dos custos dos combustíveis” também é alvo de crítica feita pelo sindicato.
Para discutir sobre a situação do mercado de combustíveis na Bahia e no Brasil, será realizado um painel na próxima quinta-feira (24), na Casa do Comércio, a partir das 14h.
O evento vai reunir representantes da Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz-BA), do Ministério Público da Bahia (MP-BA), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do Ibametro, da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia(OAB-BA), do Procon, do Legislativo estadual e municipal, além de entidades empresariais.