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Deputados representam contra chefe da PF por apoio a filme da Lava Jato

Os deputados federais Paulo Pimenta (PT-RS), Wadih Damous (PT-RJ), Paulo Teixeira (PT-SP) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) protocolaram nesta quinta-feira 6, no Ministério Público Federal, uma representação contra o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o delegado federal Igor Romário de Paula, integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato.

Os parlamentares pedem apuração de atos de improbidade administrativa, peculato, abuso de autoridade e prevaricação por parte dos dois delegados, acusados de envolverem a Polícia Federal na produção e apoio à realização do filme “Polícia Federal – A Lei é para Todos”, que aborda a Lava Jato. O pedido foi encaminhado ao procurador Ivan Cláudio Marx.

Os deputados destacam que a Polícia Federal vem cedendo materiais da corporação de maneira irregular para a produção do filme, como uniformes, armas, viaturas e até avião e o espaço da sede da PF em Curitiba para gravações. Eles lembram que são equipamentos, bens e pessoal que estão à disposição para atender interesses privados e classificam como “promíscua” a relação que a Polícia Federal vem mantendo com a equipe do filme.

Segundo informações obtidas pelos deputados Paulo Pimenta e Wadih Damous, agentes da PF viajaram, em fevereiro, a São Paulo para servir de motoristas dos atores. Os parlamentares apuraram também que viaturas oficiais da PF ficaram à disposição da equipe de filmagem. Segundo eles, a equipe ficou hospedado à custa da produção do filme, alguns com familiares e amigos.

Em entrevistas recentes, os produtores do filme citaram um “acordo exclusivo de cooperação” com a PF para a realização do filme. Em fevereiro, o deputado Pimenta requereu a Leandro Daiello cópia deste documento, mas o diretor da PF se recusou a responder e tornar público o suposto acordo.

Os parlamentares cobram ainda esclarecimentos sobre o fechamento da Superintendência da Polícia Federal no Paraná, no dia 18 de novembro passado, para que fosse realizada uma “pintura no prédio”. Pimenta contesta essa versão e afirma que “há suspeita de que o fechamento tenha ocorrido para possibilitar gravações no interior da Superintendência”.

Confira aqui a íntegra do documento levado à PGR.

 

 

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