Futuro ministro da justiça, Flávio Dino quer promover adequações na lei que prevê a posse de armamento
A promessa de campanha do presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, de rever os decretos que facilitaram o acesso às armas, deve se concretizar logo nos primeiros dias do novo governo, mas de forma gradativa. Em entrevista ao Uol, o futuro ministro da justiça, Flávio Dino, adiantou algumas das medidas em pauta.
Entre os principais pontos de revisão estão a maior regulamentação dos clubes de tiro, com extinção de funcionamento 24 horas. Também a criação de “categorias de atiradores”, para diferenciar profissionais de amadores e restringir acesso a munição.
O futuro ministro pretende ainda proibir o transporte de arma com munição por atirador esportivo e reduzir o prazo de registro para um ano. eliminando a possibilidade de autodeclaração de necessidade para posse de arma. Dino também planeja retomar campanhas de desarmamento, a exemplo do que foi feito em 2003, no primeiro governo Lula.
“Temos hoje mais CACs no Brasil que membros da PM [Polícia Militar]. Isso é uma inversão do conceito fundamental do Estado, que existe para garantir a segurança do cidadão. Na medida em que temos mais armas privadas, é quase como se fosse um faroeste”, disse Flávio Dino ao Uol.
Católico, ele pretende contar com a ajuda das mais diferentes igrejas, principalmente as evangélicas. “Uma campanha de desarmamentos depende de ações de emulação cultural. As igrejas podem, devem e serão convidadas nesta campanha. Jesus definitivamente não era praticante de nenhum tipo de armamentismo. Essas pessoas, como eu, cristão, leram a Bíblia.”