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Covid-19: Sesab decide manter 4ª dose da vacina para todos

OMS recomenda apenas a vacinação de grupos de risco, mas Sesab seguirá Plano Nacional

Infectologistas têm reforçado a importância de todos completarem o ciclo vacinal – Foto: Rafaela Araújo | Ag. A TARDE

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia vai manter o atual plano de vacinação, continuando a aplicar a 4ª dose da vacina na população geral. A decisão vem após o comunicado da Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomendou a aplicação da vacina apenas para grupos de risco: pessoas imunossuprimidas de todas as idades, adultos portadores de comorbidades, grávidas e trabalhadores da área de saúde.

O público que deve receber a aplicação de doses de vacina é definido pelo Ministério da Saúde, que decidiu seguir com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação. A Sesab ainda informou que continuará com a vacinação contra a Covid-19 conforme o previsto pelo Plano Nacional, e que não há nenhuma nova recomendação oficial sobre restrição e/ou priorização de grupos à 4ª dose.

A posição da OMS não é surpresa para certa parcela de profissionais de saúde, como explica a infectologista Giovana Orrico. “Uma boa parte dos infectologistas já tinham detectado isso, de que não justificava vacinar todo mundo”, explica ela. “Para justificar uma vacinação em massa você deveria ter uma justificativa no sentido de diminuir o impacto de mortalidade no grupo de modo geral”.

O alerta da OMS ainda aponta que os países devem considerar o custo-benefício de aplicar a 4ª dose nos habitantes que não estejam dentro dessas categorias. “O que os estudos mostram é que para determinados grupos como idosos, imunossupressos você tem um incremento”, explica ela. “Para os grupos prioritários pode ser que realmente tenha algum benefício”.  

No entanto, a infectologista reforça a importância de todos completarem o ciclo vacinal. “A gente tem realmente batido na tecla de que é muito importante fazer as três doses, porque ela realmente dá um incremento bastante significativo. Também porque, quando você usa vacinas com tecnologias diferentes, você tem uma resposta muitas vezes ainda maior do que quando você usa a mesma vacina”, alerta ela. “Os pacientes estão desenvolvendo casos muito mais leves, isso sem dúvida se deve à vacinação”.

A infectologista ainda explica que a maioria dos casos de infecção depois das três doses se deve à variante Ômicron, e que a vacinação em massa deve ser retomada quando houver um imunizante que contemple esta nova cepa. “O laboratório Moderna já fabricou uma vacina nova com a nova variante. A partir daí é que justifica fazer depois uma vacinação em todo mundo, porque vai incrementar em uma cepa”, explica ela. 

Nota oficial

Em nota, o Ministério da Saúde informa que desde junho de 2022 já recomenda o segundo reforço de vacinas para Covid-19 em pessoas com 40 anos ou mais de idade e também para imunocomprometidos.

*Sob a supervisão do editor Rafael Tiago Nunes

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