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Conselho Estadual de Saúde cobra inspeção no uso de máscara

Colegiado de Saúde requisitou que agências de vigilância cumpram controle estabelecido em decreto estadual

Centros de compras na capital dizem que procuram orientar visitantes quanto ao cumprimento das normas sanitárias vigentes com avisos – Foto: Raphael Muller | Ag. A TARDE

O Conselho Estadual de Saúde, órgão colegiado deliberativo e fiscalizador do Sistema Único de Saúde (SUS), está cobrando a inspeção, por parte dos órgãos de vigilância, do controle sobre o uso de máscara em estabelecimentos comerciais, áreas públicas e similares, conforme o decreto nº 21.744, publicado em 29 de novembro no Diário Oficial da Bahia, que restabeleceu o uso obrigatório do equipamento nesses espaços. 

Presidente do Conselho, Marcos Sampaio destaca a importância de os órgãos fiscalizadores cobrarem o uso das máscaras e a apresentação do cartão de vacina para que a população possa ter acesso aos espaços de forma segura, evitando a disseminação do vírus.

Entre as instituições fiscalizadoras estão a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), responsável por fiscalizar empresas privadas, nas áreas de energia, transportes intermunicipais e comunicações; a Secretaria Municipal de Saúde, através da Diretoria da Vigilância Sanitária, que acompanha os órgãos municipais de Vigilância Sanitária. Além dos próprios estabelecimentos e empresas,  que têm o papel independente de realizar a fiscalização em seu ambiente, como o metrô, a rodoviária e shoppings.

“É importante que a população, através do senso coletivo, faça uso individual da máscara para frear a disseminação da Covid-19, assim como também é necessário que os órgãos responsáveis façam a cobrança da aplicação do decreto que está em vigor desde novembro. Decreto e legislação devem ser cumpridos, as instituições precisam ter essa responsabilidade”, diz  Sampaio.

Apesar do aumento no número de casos de Covid-19 registrados na capital e em toda a Bahia, durante o último mês, o uso de máscara vem sendo flexibilizado pela população,  situação que se agrava com a falta de uma cobrança mais  explícita pela peça, como antes. 

Shopping e hospital

“A população está cansada, mas a gente precisa entender também que o vírus não foi embora, a pandemia não acabou e, eventualmente, teremos o aumento do contágio”, explica o infectologista Adriano Oliveira. “Essas medidas de proteção tanto sanitárias, quanto distanciamento, elas vão e voltarão, ao sabor do aumento da frequência do vírus na população”, afirma. 

Ambientes fechados como shopping centers estão entre os locais onde o uso de máscaras é considerado necessário, mas muitos clientes resistem ao uso. O Shopping Barra esclarece que procura orientar os visitantes quanto ao cumprimento das normas sanitárias vigentes, através de avisos e ações educativas. 

Do mesmo modo, o Salvador Shopping informa possuir comunicados sobre o uso obrigatório de máscara nas áreas externa, interna, portarias, bem como locução na rádio mall e publicações nas redes sociais.

 Além disso, diz que os inspetores e equipes presentes são orientados a abordar e orientar clientes e lojistas que, porventura, não estejam usando o item.

Atualmente, o Hospital Espanhol, referência no tratamento contra a Covid, está com 240 leitos ocupados, com 87% de ocupação na UTI e 79% da enfermaria. Dos pacientes internados, 81% não têm o ciclo vacinal completo, ou seja, com as 4 doses, e 60% dos pacientes têm acima de 60 anos. Dos 240 leitos, 199 estavam ocupados até a tarde de ontem, 13.

“A vacina diminui as chances de você ter complicações”, relembra o infectologista. “Porém, ela não garante 100%, então há que se tomar outras medidas para diminuir a chance de adquirir o vírus, de repassar e adoecer por ele. Então, a medida mais interessante é o uso de máscara”, completa.

O número de internações mostraram um crescimento em relação ao mês de outubro, em que as taxas de ocupação do Hospital Espanhol variaram entre 20% e 25%, para 80 leitos disponíveis, à época. Na primeira semana de novembro, a unidade já atingia uma média de 97% de ocupação, o que fez com que o governador Rui Costa autorizasse a abertura de novos leitos, segundo o hospital, encerrando o mês com 240 leitos.

A disponibilidade de leitos foi triplicada, mas as taxas de ocupação seguem altas. Até às 20h de ontem, a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) contabilizava 9.010 casos ativos de Covid-19 em todo o  estado, com 58% de taxa de ocupação sobre o quantitativo de enfermaria  adulta disponível, e 80% da pediátrica. A UTI adulto tinha 78% de taxa de ocupação, a UTI pediátrica, 40%. 

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