AUSTIN (Reuters) – O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, alertou países da América Latina nesta quinta-feira contra dependência excessiva de laços econômicos com a China, dizendo que a região não precisa de novas potências imperiais.
Tillerson, em um discurso antes de visitas ao México, Argentina, Peru, Colômbia e Jamaica, também disse que a crescente presença da Rússia na região é “alarmante também”.
“Hoje a China está ganhando um ponto de apoio na América Latina. Ela está usando estadismo econômico para colocar a região em sua órbita; a questão é a que custo”, disse Tillerson na Universidade do Texas, em Austin, antes de seguir ao México.
Tillerson disse que a China é atualmente a maior parceira comercial de Chile, Argentina, Brasil e Peru e que instituições fortes e governos responsáveis são necessários para assegurar soberania contra “possíveis atores predatórios” chegando à região.
“Embora este comércio tenha trazido benefícios, as práticas comerciais injustas usadas por muitos chineses também prejudicaram setores industriais destes países, gerando desemprego e diminuindo salários para trabalhadores”, disse o secretário de Estado norte-americano.
“A América Latina não precisa de novas potências imperiais que buscam somente beneficiar seu próprio povo”, disse. “O modelo chinês, liderado pelo Estado, de desenvolvimento é reminiscente do passado. Não precisa ser o futuro deste hemisfério.”
Tillerson disse que a Rússia continuou vendendo armas e equipamentos militares para governos não amigáveis que “não compartilham ou respeitam valores democráticos”.
“Nossa região deve ser diligente para proteger contra potências distantes que não refletem os valores fundamentais compartilhados nesta região”, declarou.
“Os Estados Unidos se posicionam em contraste vívido. Nós não buscamos acordos de curto prazo com retornos assimétricos”, disse Tillerson.