Enquanto milhares de academias estão lutando para sobreviver, os aplicativos e plataformas online de treino registraram recordes no número de usuários. Diante disso, veja como a pandemia do novo coronavírus tem revolucionado o chamado Home Fitness.
O isolamento social fez com que as pessoas passassem a utilizar ainda mais seus celulares e computadores. Segundo pesquisa realizada pela Squid, agência de marketing de influência, o uso do celular aumentou em 88,4%, ao passo que o uso do computador cresceu 43,6%. Em relação aos exercícios físicos, não poderia ser diferente, as pessoas deixaram de ir à academia e passaram a praticar o Home Fitness através de plataformas virtuais.
Com academias fechadas e passeios restritos, as empresas estão inovando, os instrutores de fitness foram rápidos em entrar na Internet, as aulas de ioga adotaram o Zoom e as vendas de equipamentos de ginástica e downloads de aplicativos de fitness estão aumentando.
No início da pandemia, as vendas de aparelhos de ginástica tiveram um aumento de 55% à medida que os bloqueios foram decretados. Algumas academias criaram programas de “adoção” para seus equipamentos durante o período de isolamento social, fornecendo máquinas aos membros após o pagamento de taxas.
A Peloton, um dos campeões da indústria dos Estados Unidos, por exemplo, viu a demanda por suas bicicletas conectadas à Internet disparar após as academias serem fechadas. A empresa registrou receita de US$ 758 milhões, um aumento de 232% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Uma ação do Peloton, que em 13 de março de 2020 valia US$ 19,72, na véspera de Natal do mesmo ano era negociada a US$ 162,72, uma alta de 725%.
A diferença entre fitness online e offline também pode ser vista nas demonstrações financeiras da italiana Technogym, uma das protagonistas do setor, que em 2020 anotou queda de 23,8% nas receitas em relação ao ano anterior, contudo, o seu segmento doméstico de fitness viu um aumento de 71%, atingindo quase um terço da receita total.
Downloads de aplicativos fitness disparam
A tendência dos exercícios em casa vem se acelerando há anos, no entanto, foi impulsionada ainda mais por causa do coronavírus.
De janeiro a novembro de 2020, aproximadamente 2,5 bilhões de aplicativos de saúde e fitness foram baixados em todo o mundo, o que representa um salto de 47% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com dados da Sensor Tower.
Confira alguns dos apps mais baixados para praticar exercício físico:
- Home Workout
- Relive: Run, Ride Hike
- Strava
- Nike Training Club
- Adidas Runtastic
Os usuários baixaram o Home Workout – No Equipment, 43,5 milhões de vezes, mais do que o dobro das instalações do ano anterior, mostraram os dados. Ao passo que o Strava, aplicativo GPS para corrida e ciclismo, foi baixado mais de 20 milhões de vezes, um aumento de 120% em relação a 2019.
Embora as empresas de ginástica doméstica possam gerar a maior parte de sua receita por meio de vendas de hardware, as assinaturas mensais de aplicativos e associações somente digitais podem representar uma parte significativa de seus negócios.
A Peloton, por exemplo, registrou crescimento de 382% para assinaturas digitais, que não requerem máquinas.
Em dezembro, a Apple (AAPL34) lançou seu próprio serviço de assinatura de treino, Fitness, desenvolvido para o Apple Watch. O mais recente aplicativo premium da gigante da tecnologia, de US$ 2 trilhões, destaca a estratégia da empresa para atrair os usuários mais fortemente para seus serviços.
Em conjunto, o Apple Watch, HomePod e demais acessórios da empresa movimentaram US$ 6,45 bilhões no segundo trimestre de 2020, contra US$ 5,53 bilhões em 2019, com um aumento de 16,7%.
Mas não é só a Apple, outras grandes varejistas estão se voltando para a tecnologia. A Nike (NIKE34) tem dois aplicativos de fitness entre os 20 apps mais baixados em 2020.
Os usuários baixaram o Nike Run Club mais de 15 milhões de vezes, mostrando um aumento de 45% em relação a 2019, mostraram os dados da Sensor Tower. O Nike Training Club registrou quase 14 milhões de instalações, o que significa um aumento de 123% em relação ao ano anterior.
Segundo a Nike, no último ano, as vendas digitais aumentaram 84% em comparação com 2019, incluindo o crescimento de três dígitos na América do Norte, devido à pandemia de covid-19, que gerou um boom no negócio de Home Fitness.
Estagiária no Suno Notícias. Escreve sobre economia, política e negócios. Estuda Relações Internacionais no IBMEC-SP.