“O governador não foi na de lá (posse de Bolsonaro) porque estava aqui. Eles se sentiram melhor lá”, disse Wagner sobre ACM Neto e o vice-prefeito Bruno Reis.
O senador eleito Jaques Wagner (PT) não viu problema na postura do prefeito ACM Neto (DEM), que não participou da cerimônia de posse do governador reeleito Rui Costa (PT) para prestigiar a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL). As duas cerimônias acontecem na tarde desta terça-feira (1°), respectivamente na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), e em Brasília.
“O governador não foi na de lá porque estava aqui. Cada um escolhe onde quer ir. Eles se sentiram melhor lá, acho que não tem problema”, respondeu Wagner sobre ACM Neto e o vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM).
Ainda em entrevista coletiva, o senador eleito descartou possibilidade de ele assumir a presidência do Instituto Lula.
“Isso é delírio. Ultimamente tenho visto tanta notícia que não consigo entender de onde sai. Não tem o menor sentido. O Instituto Lula fica em São Paulo e tem seu presidente. Eu vou para o Senado e vou dividir meu tempo entre Brasília e Salvador. Não tem a menor hipótese.”
Expectativa sobre governo Bolsonaro
Jaques Wagner comentou também sobre os governos de Michel Temer (MDB) e o de Bolsonaro, que inicia nesta terça. O senador eleito reafirmou que Temer ascendeu ao poder por meio de um “golpe”, e levantou questionamento sobre Bolsonaro por, segundo ele, o ex-presidente Lula ter sido preso por motivações políticas. Mas o petista pondera que o novo presidente “tem o direito de governar” por ter sido eleito por voto direto.
“Em relação ao golpe, isso a história vai continuar contando. Até porque a história verdadeira muitas vezes se conta 10 ou 15 anos depois. Que foi um golpe ninguém tem dúvida, principalmente aqueles que sabem que a democracia tem leis que devem ser cumpridas. Não há crime nenhum até hoje da presidenta Dilma. No caso do atual presidente, ele foi eleito numa eleição que também está maculada. A história vai contar se a interdição do presidente Lula foi uma interdição política ou não. Se foi política, evidentemente que é uma eleição que não ocorreu na sua naturalidade. Mas é uma eleição diferente do outro episódio (no caso de Temer). O PT tinha um candidato e foi para o segundo turno, mas perdeu. Ele (Bolsonaro) ganhou a eleição e tem o direito de governar”.