Antes vetado pelo próprio departamento médico do Leão, Neilton foi a grande novidade do Vitória na partida desta quinta-feira, 19, contra o Internacional, pela quarta fase da Copa do Brasil.
Autor do gol que garantiu o triunfo por 1 a 0 no tempo regulamentar, o camisa dez só não foi o nome do jogo porque, nos pênaltis, Caíque defendeu duas cobranças e garantiu a classificação rubro-negra.
Há uma semana, no jogo de ida contra o Inter em Porto Alegre, o goleiro foi o algoz da derrota por 2 a 1 ao levar um frango nos minutos finais.
Mantido como titular pelo técnico Vagner Mancini, veio a redenção com defesas que colocaram o Rubro-Negro nas oitavas de final da Copa do Brasil.
Assim que a bola rolou, a expectativa era para ver os primeiros passos de Neilton em campo. No primeiro tempo, o camisa dez correu, trocou passes, cobrou escanteios e sofreu faltas, mostrando que estava mesmo recuperado da lesão. Mas lances de perigo, que era o que o torcedor esperava, não saíram dos pés do atacantes.
A principal chance de gol do Leão na primeira etapa aconteceu com Denílson, em jogada que começou com Rhayner, pela direita, aos 34 minutos.
Antes disso, aos onze, o Inter esteve muito perto de marcar com Willian Pottker e Nico López, mas os dois pararam em boas defesas de Caíque. Primeiro com as mãos, evitando ser encoberto por Pottker. Depois, no rebote, com os pés, salvando finalização do camisa sete colorado.
Essa foi uma das poucas ações ofensivas do Inter nos primeiros 45 minutos. Com a vantagem construída no jogo de ida, os visitantes passaram a maior parte do tempo sem a bola no Barradão.
Mesmo precisando marcar para avançar, o Vitória também não conseguiu levar muito perigo à meta de Marcelo Lomba. Nos minutos finais da primeira etapa, Neilton até conseguiu duas finalizações, ambas pelo lado esquerdo do ataque do Leão, mas mandou para fora nas duas tentativas.
Trapalhada ensaiada
O primeiro tempo ainda reservou um momento para lá de inusitado em uma ‘jogada ensaiada’, que se mostrou nada ensaiada, pelos jogadores do Vitória.
No lance, uma falta que poderia gerar perigo para o Vitória, Yago pisou na bola, mas Uillian Correia e Juninho não se decidiram sobre quem completaria a cobrança. D’alessandro então aproveitou e ficou com a redonda sem muita dificuldade.
Sem mudanças de jogadores para a segunda etapa, ao menos a postura do time foi diferente depois do intervalo. Logo aos seis minutos, o Leão conseguiu criar uma boa chance de gol com Rhayner, que invadiu pelo lado direito e exigiu boa defesa de Lomba.
Aos 20 minutos, o grito de gol ficou preso na garganta do torcedor. Juninho puxou bom contra-ataque pela esquerda e cruzou para Denílson. O atacante deu um leve desvio na bola e acertou a trave do Colorado.
Depois desse lance, Mancini resolveu mandar o time para o ataque e sacou Willian Farias para entrada de Nickson. Aos 30, foi a vez de Guilherme Costa ir para o jogo no lugar de Yago.
Aos 34 minutos, a pressão ofensiva deu certo. Após rondar a área colorada por alguns instantes, Juninho cruzou para Kanu e o zagueiro foi derrubado dentro da área. Na cobrança, Neilton deslocou Marcelo Lomba e abriu o placar.
O Inter quase empatou depois, aos 40 minutos, em cobrança de falta de Camilo, mas Caíque fez uma defesaça e garantiu o triunfo no tempo regulamentar.
Caíque vira herói
Com o triunfo por 1 a 0, o Vitória levou o placar agregado para 2 a 2 e a decisão foi para os pênaltis. Aí, a estrela de Caíque brilhou. O goleiro rubro-negro, que havia falhado feio no jogo de ida, defendeu as cobranças de Nico López e Gabriel Dias.
Pelo Vitória, Nickson foi o único a desperdiçar. Na quinta cobrança, Neilton definiu o placar em 4 a 3 e selou a classificação do Leão para as oitavas de final.