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Teclar no celular ao volante é cinco vezes mais perigoso do que dirigir bêbado

O uso do smartfone para troca de mensagens compromete a visão periférica, dificultando a executar de manobras evasivas em situação de risco.

Além de ser infração gravíssima, punida com pagamento de multa e pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), teclar no smartfone enquanto dirige pode custar uma vida.  De acordo com David Duarte Lima, especialista em trânsito da Universidade de Brasília (UNB), a prática é mais perigosa do que dirigir embriagado.

“O fato de falar ao celular aumenta, em média, 400% o risco de acidentes. Teclar é mais perigoso e aumenta muito mais o risco. Existem vários estudos sobre isso, nenhum brasileiro. O que se fala é que é 5 vezes pior do que dirigir bêbado”, explicou David Lima. A informação foi dada ontem, durante o 10º Congresso Brasileiro de Trânsito e Vida 6º Internacional, que acontece até hoje, no Stiep, e reúne cerca de 300 especialistas em segurança no trânsito de todo o Brasil.

De acordo com Davi Lima, o uso smartfone para troca de mensagens compromete a visão periférica, gera problema de mobilidade, já que com apenas uma mão fica mais difícil executar manobras evasivas em situação de risco e, principalmente, divide a atenção do motorista.

“Com o uso do smartfone você tira a visão do trânsito. Então, a 60 km por hora, a cada segundo, você percorre 17 metros. Quando para e olha, por seis segundos, uma mensagem que chegou já andou 100 metros às cegas. E o grande problema disso é que como você tem muita gente utilizando o celular ao mesmo tempo, há milhões de motoristas dirigindo às cegas”, exemplificou

Trânsito na Bahia

De acordo com dados da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), órgão que esteve presente no evento, somente nos primeiros seis meses deste ano acorreram 349 acidentes nas rodovias do estado. Ao todo, 151 pessoas ficaram feridas e 17 morreram.

“Nós acompanhamos as estatísticas e intensificamos o policiamento onde há o aumento desses eventos e, paralelo a isso, também desenvolvemos campanhas educativas que são feitas junto aos colégios e à comunidade como um todo”, afirmou o major Souza Júnior.

Segundo o major, em períodos de grande movimento nas rodovias, como verão, a polícia realiza uma operação nos locais de maior fluxo, com o objetivo de fiscalizar os usuários e tentar diminuir a incidência de acidentes.

Souza Júnior revelou ainda que o trecho da BA 099, na altura da cidade de Candeias, e a BA-093, que tem um fluxo muito grande por conta do Pólo Petroquímico, são alguns dos pontos  mais críticos em termos de acidentes.

Organizado pela Federação Nacional das Associações de Detran ( FENASDETRAN), o Congresso Brasileiro de Trânsito e Vida acontece a cada dois anos e já passou por cidades como Brasília, Curitiba e Fortaleza. “Vamos propor, ao final do evento, uma carta para o Contran, Ministério das Cidades e também para o presidente da república com uma proposta para a redução dos acidentes de trânsito”, disse Mário da Conceição, presidente da entidade.

 

Por Jordânia Freitas | Tribuna da Bahia

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