A largada feminina contou com 20 atletas do pelotão de elite e a prova foi dominada desde o início pela queniana Sandrafelis Chebet
Foi a volta do evento ao calendário esportivo da capital paulista após a pausa em 2020 por causa da pandemia da Covid-19. Tratou-se da primeira vez que a prova não foi disputada desde a primeira edição, em 1925. Na época, era reservada apenas para homens. A primeira participação de mulheres aconteceu em 1975.
O brasileiro Daniel Ferreira correu 14 dos 15 quilômetros da prova ao lado de Bezabh e parecia que poderia surpreender. Um atleta da casa não vencia desde Marílson dos Santos, em 2010. Mas, nos metros finais, antes da entrada na Avenida Paulista, mesmo local da largada, o etíope disparou para cruzar a linha de chegada em primeiro.
O tempo de 44min54 de Bezabh não bateu os 42min59 obtidos por Kibiwot Kandie, do Quênia, campeão em 2019.
A largada feminina contou com 20 atletas do pelotão de elite e a prova foi dominada desde o início pela queniana Sandrafelis Chebet, considerada o principal nome da prova, e pela etíope Yenneesh Dinkesa. Chebet havia vencido a São Silvestre em 2018. Dinkesa, neste ano, terminou a Maratona de Paris na 2ª posição.
A partir do 8º quilômetro, a corredora do Quênia aumentou o ritmo e passou a liderar com folgas até a vitória.
Ela fez o tempo de 50min07, superior ao recorde obtido pela sua compatriota Jemima Summong, que fez 48min35 em 2016.
A melhor brasileira foi Jenifer do Nascimento, terceira colocada.
Desde a vitória de Lucélia Peres, em 2006, a prova feminina tem sido dominada pelas quenianas. Nas 14 corridas desde então, atletas do país venceram 11 vezes. A única a conseguir quebrar essa hegemonia foi Yimer Wude Ayalew, da Etiópia, ganhadora em 2008, 2014 e 2015.
A São Silvestre tem sido dominada pelos africanos. Neste século, apenas cinco vezes na corrida masculina e quatro na feminina um vencedor não foi desse continente. Em 2017, Dawit Admasu ganhou pelo Bahrein, nação pela qual se naturalizou. Em 2014, ele subiu ao local mais alto do pódio pela Etiópia, sua terra natal.
Nenhum país tem tantas vitórias na São Silvestre quanto o Quênia. No masculino, são 15 primeiros lugares, mesmo número do feminino. O corredor que mais vezes é o queniano Paul Tergat (cinco vezes). Mas no feminino, o recorde ainda é da portuguesa Rosa Mota (seis), campeã entre 1981 e 1986.
O número de inscrições em 2021 ficou em cerca de 20 mil, segundo a organização da prova. É uma marca inferior em relação a edições anteriores, quando 35 mil participaram.
Todos os inscritos foram obrigados a apresentar certificado de vacinação ou teste PCR com resultado negativo, caso tenha recebido apenas uma dose da vacina. O uso da máscara era obrigatório no início e no final do percurso, nos trechos da Avenida Paulista. No restante do trajeto de 15 km, o uso era opcional, mas recomendada. Os atletas de elite optaram por não usá-la e cruzaram a linha final sem ela.
Cada um dos vencedores receberá prêmio de R$ 50 mil, inferior aos R$ 94 mil pagos em 2019.
Veja abaixo o pódio nas provas masculina e feminina
Masculina
1º Belay Bezabh – Quênia
2º Daniel Nascimento – Brasil
3º Hector Flores – Bolívia
4º Elisha Rotich – Quênia
Feminina
1º Sandrafelis Chebet – Quênia
2º Yenenesh Dinkesa – Etiópia
3º Jenifer do Nascimento – Brasil
4º Valdilene Santos – Brasil
5º Franciene Moura – Brasil