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Projeções de safra maior em Gana pressionam preços do cacau para baixo

Os preços do cacau registraram forte queda nesta terça-feira (1), pressionados por projeções otimistas para a próxima safra de Gana. O contrato de setembro na ICE de Nova York (CCU25) caiu 7,59%, encerrando o dia com recuo de US$ 683, enquanto o contrato equivalente na ICE de Londres (CAU25) recuou 4,53% (-US$ 269), ambos atingindo mínimas de uma semana.

Segundo o Conselho de Cacau de Gana, a produção para a temporada 2025/26 deve crescer 8,3% em relação ao ciclo anterior, atingindo 650 mil toneladas métricas. A notícia, que eleva a perspectiva de maior disponibilidade global, contrastou com os temores recentes sobre oferta limitada da Costa do Marfim, o maior produtor mundial da commodity.

Apesar do otimismo em relação a Gana, os fundamentos seguem mistos. A Costa do Marfim, principal fornecedor global, enfrenta desafios com a colheita intermediária, prevista para ser 9% inferior à do ano passado, totalizando 400 mil toneladas. O declínio é atribuído às chuvas tardias e à menor produtividade nas lavouras, comprometendo a qualidade dos grãos.

Exportadores e processadores vêm relatando aumento na rejeição de lotes de baixa qualidade. Em média, de 5% a 6% dos grãos embarcados estariam fora do padrão, e o percentual de safra principal considerada de baixa qualidade chega a 10%, de acordo com avaliação do Rabobank.

Além disso, as exportações nigerianas também sofreram retração em maio, com queda de 29% em relação ao ano anterior, somando 14.110 toneladas. A Nigéria é o quarto maior exportador mundial de cacau.

Os estoques nos portos dos EUA continuam subindo. Dados da ICE mostram que os estoques certificados passaram de 2.363.861 sacas em 18 de junho para uma média de 2.381.665 sacas no final do mês — o maior nível desde janeiro.

No lado da demanda, os sinais seguem fracos. Segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO), a moagem global caiu 4,4% no primeiro trimestre de 2025, em comparação anual. Na América do Norte, a retração foi de 2,5%, e na Europa, de 3,7%. Já a moagem asiática encolheu 3,4%, somando 213.898 toneladas.

Com base nesse cenário, a ICCO revisou para cima o déficit global de oferta da temporada 2023/24, que agora está estimado em 441 mil toneladas — um dos maiores já registrados. Para a temporada 2024/25, o déficit projetado é de 142 mil toneladas.

Fonte: mercadodocacau com informações barchart

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