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Presidente do Vitória explica demissão e fala sobre busca por reforços

Normalmente é assim que acontece no futebol: quando a crise estoura, é o chefe quem fala. Nesta sexta-feira, 18, não foi diferente. Em meio a campanha ruim no Campeonato Brasileiro, derrota dolorosa na Copa do Nordeste, protesto de torcida e demissão do diretor de futebol, o presidente do Vitória, Ricardo David, convocou uma entrevista coletiva na Toca do Leão.

O primeiro assunto abordado foi a demissão de Erasmo Damiani, diretor de futebol responsável pelas 16 contratações que o Rubro-Negro fez até agora na atual temporada. O dirigente foi desligado do clube na última quinta-feira, um dia após a derrota por 3 a 0 para o Sampaio Corrêa.

“Tínhamos consciência da sua pouca experiência no futebol profissional. (…) Alguns desses objetivos não foram atingidos até esse momento na avaliação que fizemos. E entendemos que é absolutamente normal no futebol que modificações sejam feitas”, explicou o presidente, que também falou sobre a busca por um novo profissional para ocupar o cargo.

“Isaías (Tinoco)? Nenhum contato. Raimundo Queiroz? Não foi contactado e não é nome. Paulo Carneiro? Sempre emito a mesma opinião. Tenho respeito por ele. Não há como contar a história do Vitória sem passar pelo nome dele. Temos estilos diferentes. Temos modo de fazer as coisas diferentes. Não posso me arriscar”, respondeu.

O nome mais bem aceito pela torcida rubro-negra é o de Rodrigo Caetano, que recentemente trabalhou no Flamengo, mas esse foi apenas mais um descartado por Ricardo David. “Entende ele, por questão pessoal, que não é o momento dele vir para o Vitória”. Enquanto não define um novo nome, o vice-presidente Chico Sales assume como responsável pelo departamento de futebol. “Ele participou das contratações”, explicou David.

Ao ser questionado sobre reforços, o presidente reconheceu que é preciso qualificar o elenco, e revelou que tem concentrado as atenções no mercado internacional.

“Nós precisamos de mais contratações para o elenco, algo que já foi negociado com o nosso treinador. (…) Estamos buscando alguns atletas. Os maiores esforços estão no mercado internacional. Principalmente sul-americano. Estamos com tratativas em andamento”.

Nesta sexta, por sinal, o clube anunciou o acerto com o goleiro Elias, que estava na Chapecoense. Ele chega por empréstimo e fica na Toca até o fim de 2019. Devidamente regularizado, o arqueiro pode estrear amanhã, contra o Ceará.

Por fim, Ricardo David aproveitou para fazer um balanço da própria gestão nesses primeiros meses à frente do Leão. “Estamos devendo. Claro. Não conseguimos ainda atingir nível de resultados que almejávamos”, resumiu.

Protesto

Esta sexta não foi apenas de explicações, houve tempo também para protesto por parte de uma das torcidas organizadas do Vitória. O grupo usou uma rede social para publicar um texto em que pedia o afastamento de alguns jogadores que “não têm as mínimas condições de vestir a camisa do Vitória”.

Pedro Botelho, Alexander Baumjohann, Belusso e Denílson são os jogadores citados nesse trecho da nota. Ao longo do texto, eles também fazem críticas e pedem as saídas de Caíque e Uillian Correia.

O treinador Vagner Mancini foi outro que não escapou da ira desses torcedores. O grupo questionou a “irresponsável escalação do time reserva” na derrota para o Sampaio Corrêa, e exigiu a saída do técnico.

Inquestionável pela torcida no começo da temporada, o técnico Vagner Mancini virou alvo de reclamações de muitos torcedores depois da derrota por 3 a 0 para o Sampaio Corrêa, tropeço que escancarou a crise no Vitória. O prestígio com a diretoria rubro-negra, no entanto, segue em alta.

Durante a entrevista coletiva desta sexta, o presidente Ricardo David reforçou a confiança que tem no treinador, e chegou a lamentar que ele não tenha um elenco melhor para trabalhar.

“Ele precisa de qualificação, não tenho dúvida disso. Para que Mancini possa entregar mais, é preciso que o clube entregue mais. (…) O clube está devendo a ele, não em dinheiro, mas o que eu falo é no sentido de entregar a ele mais elementos, para ter mais opções em campo”, disse Ricardo David.

Em seguida, assumiu a maior parcela de responsabilidade pelo momento complicado vivido pelo Rubro-Negro. “Somos os primeiros responsáveis por isso. O treinador tem a sua parcela de responsabilidade. Chegamos onde chegamos por responsabilidade de todos nós. Os jogadores também têm sua parcela de culpa”, finalizou o presidente.

SIEL GUINCHOS

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