Torcedores brasileiros estão precisando driblar os preços dos itens para comemoração
O torcedor brasileiro não só está sofrendo com a ansiedade durante os jogos da Copa do Mundo 2022, como também está sentindo a alta nos preços dos itens consumidos durante as comemorações. Em comparação à última edição, em 2018, segundo um levantamento do Procon de São Paulo em 2022, o preço médio do quilo da carne bovina representa uma alta acumulada de 93,9%.
De acordo com o levantamento, o quilo da carne bovina de primeira era de R$ 22,63 no mês julho de 2018, período da final da última Copa daquele ano. Já o preço médio atual, que corresponde ao período da Copa de 2022 é praticamente o dobro, sendo R$ 43,89 (média R$ 21,26 a mais). A alta nos preços tem destaque para cortes como contrafilé (80,77%) e alcatra (69,16%).
Os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), índice que mede a inflação oficial no Brasil, mostraram que não é somente a carne bovina que registrou aumento, outros itens que costumam ser usados no famoso churrasco também tiveram seus preços elevados neste período, sendo os principais: Frango (104,86%), arroz (64,38%), alho (63,27%), carne suína (56,89%), maionese (54,20%) e (pimentão: 118,32%).
De acordo com o economista Antônio Carvalho, a população brasileira perdeu quase 70% do poder de compra do churrasco, comparando com os salários-mínimos de 2018 e 2022.
“O salário-mínimo, que serve como referência de poder de compra do brasileiro, em 2018 era de R$ 954 e em 2022 é de R$ 1.212, o que representa um ganho real de 27,04%. A população brasileira perdeu quase 70% do poder de compra do churrasco, ou seja, ficou bem mais difícil celebrar os encontros, inclusive para assistir aos jogos da seleção com churrasco”, explicou o economista.
Dono de um supermercado em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), Demétrio Machado Moreira contou que houve um aumento nos preços nas categorias de cerveja, carnes, petiscos e refrigerantes.
“O percentual da carne tivemos um aumento de 8% a 12%, cerveja de 6% a 8%, petiscos de 6% a 12% e refrigerante em torno de 8%. Eu estou falando isso tanto em relação a carne de primeira e de segunda também. Esse alimentos citados em 2018, em comparativo de preço para esse ano, tivemos sim um aumento na cadeia de 8% a 14%”, pontuou Demétrio.
Demétrio explicou que não há um percentual de crescimento do mercado porque a margem de precificação ficou mais significativa, havendo uma queda nas vendas.
Segundo o empresário, as carnes bovinas são mais vendidas de acordo com o perfil de público do estabelecimento. Ainda assim, clientes estão optando por carnes mais baratas.
“Para lojas com público AB, a carne mais vendida é a coxão mole e a própria picanha. Mas quando você vai para loja de público CD, você vai para carne mesmo de segunda. Tem muito cliente transferindo para peixes, para outro tipo de proteína, porque realmente a situação de carne ultimamente tem sido muito preocupante”, disse Demétrio.
A consumidora Bruna Macedo, de 41 anos, mora na região da Praia do Flamengo e sentiu um aumento nos últimos meses nos preços do mercado perto de casa.
“As bebidas não notei diferença, mas a proteína animal no geral, subiu absurdamente. Uma placa de peito de frango costumava custar R$ 11,90, hoje no mesmo mercado custa R$ 28,90. Geralmente, a carne de porco tem saído mais em conta do que a carne vermelha”, comentou.