MAIS DESENVOLVIMENTO

Praga que atinge plantio de cacau e cupuaçu no Acre é monitorada pelo Mapa

Foto: Reprodução

Um morador percebeu a doença nas frutas e acionou o Idaf, no dia 21 de junho. No dia seguinte, um servidor do instituto esteve no local para verificação e foram enviadas amostras para análise. Com resultado positivo, equipe do Mapa chegou ao estado para monitorar caso.

Equipes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Instituto de Defesa e Agropecuária do Acre (Idaf-AC) iniciaram, nesta terça-feira (13), em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, o trabalho de fiscalização e orientação a produtores de cacau e cupuaçu, após a identificação do primeiro foco no Brasil de monilíase, uma praga que afeta estas frutas.

Um morador de Cruzeiro do Sul percebeu a doença nas frutas e acionou o Idaf no dia 21 de junho. No dia seguinte, um servidor do instituto esteve no local para verificação e foram enviadas amostras para análise.

O laudo oficial do laboratório com a confirmação da praga foi emitido no último dia 7. Após a descoberta do foco, equipe do governo federal foi mobilizada para fazer o trabalho de monitoramento no estado.

Juliana Ribeiro Alexandre, chefe da Divisão Retenção e Vigilância de Pragas do Mapa, disse que o trabalho já tinha começado com as equipes do Idaf e seguem com reforço do Ministério que deve ficar na cidade por pelo menos mais duas semanas, para ter certeza que foi registrado apenas um foco.

“Foi só um foco, em um quintal, e, agora, estamos fazendo uma visita em várias casas que também tem estes hospedeiros da praga. Mas, por enquanto, só identificamos um foco na área urbana. O morador tem a plantação de cacau e cupuaçu, que é muito comum aqui na região, e devido a educação feita pelo Idaf, ele viu e suspeitou que seria a praga e mandou a foto para o técnico dos sintomas”, pontuou.

Até então, o fungo já havia sido encontrado em todos os países produtores de cacau da América Latina, exceto o Brasil. Para evitar a proliferação do fungo, os moradores estão recebendo visita das equipes e orientações.

“A gente pede algumas informações, verifica a construção da área e, se a gente identificar os sintomas, temos todos os procedimentos para adotar e também orientamos ao dono da casa e deixamos uma cartilha orientando o que ele tem que fazer”, acrescentou Juliana.

Entre as orientações estão, no caso de suspeita, manter a área isolada, e passar um produto na planta para matar a praga. Já na área onde não há suspeita, as equipes mostram como é a doença para que a pessoa fique alerta e, por fim, orientam que a área seja mantida limpa.

Sobre o fungo
A monilíase do cacaueiro é uma doença que causa danos diretos porque o ataque do fungo é exatamente no fruto, que é a parte comercial, tanto do cacau quanto do cupuaçu. O fungo não causa danos à saúde humana, segundo estudos, mas traz graves riscos econômicos.

O diretor técnico do Idaf, Jessé Monteiro, disse que o fungo é de fácil proliferação e por isso é importante esse trabalho para não causar prejuízos.

“O Idaf vem trabalhando há um tempo já com educação sanitária com os produtores e justamente esse trabalho fez com que fosse possível a identificação deste foco. Então, essa ação passa a ser coordenada pelo Mapa para que a gente consiga conter esse foco e evitar que prejudique outros municípios do estado e até mesmo o país porque é de fácil propagação”, disse.

Conforme o Mapa, na América do Sul, a praga era encontrada apenas no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. A monilíase pode causar prejuízos que vão de 50% a 100% da produção, no caso de um ataque mais severo.

Os produtores acreanos começaram a ser alertados sobre a praga em 2018. O Idaf fez campanhas de alerta e orientações. Na época, a engenheira agrônoma do Idaf, Lidiane Amorim, explicou que o “Acre era considerado como alto risco para a entrada dessa doença, porque fazemos fronteira com esses países”.

Em 2019, servidores do instituto visitaram comunidades rurais de Cruzeiro do Sul para orientar os produtores sobre a monilíase. Na oportunidade, foram cadastrados mais de 2 mil propriedades produtoras de cupuaçu e cacau. Fonte: G1

Veja também