Em discurso realizado na tribuna da Câmara Municipal de Salvador (CMS), na manhã desta segunda-feira (18), o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), Eustáquio Lopes, disse que pelo menos 100 cidades da Bahia não contam com a presença de policiais civis e que as fronteiras do Estado também não têm a presença desses agentes da segurança pública.
“Nós, policiais civis, estamos ausentes em mais de cem municípios da Bahia, e as fronteiras não têm policiais civis. Combater o crime apenas no município de Salvador é enxugar gelo, porque as armas e as drogas vêm por essas fronteiras”, disse Eustáquio Lopes.
O sindicalista, que se pronunciou durante a Tribuna Popular, também reforçou a necessidade de investimentos em inteligência. “São mais de 15 mil processos arquivados sem determinação de autoria e materialidade”, disse o policial, que pediu que fosse feito um debate na Casa sobre o papel da investigação no combate à criminalidade e fortalecimento de ações de inteligência.
“Nós estamos hoje, pelo terceiro ano consecutivo, caminhando para ser tricampeão de homicídios no Brasil, enquanto no resto do país há uma redução”, comentou o sindicalista. Eustáquio disse ainda que as facções criminosas que agem na Bahia são ramificações do PCC, de São Paulo, e do Comando Vermelho, do Rio de Janeiro.
“Infelizmente, estamos sob a ação de duas facções criminosas que comandam o Nordeste em particular. O PCC de São Paulo e o Comando Vermelho do Rio de Janeiro. Elas vieram e expandiram suas franquias criminosas e aqui se revestem com nomes locais como BDM. Em Porto Seguro é ‘Facção do Povo’, é PCC em Eunápolis, mas, na verdade, são facções de Rio e São Paulo que encontraram solo fértil para sua expansão”, salientou o presidente do Sindpoc.
Davi Lemos | Política Livre