A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (01), uma operação para apurar a origem do vazamento de óleo que atinge praias de todos os Estados do Nordeste. De acordo com as investigações, que contam com a colaboração da Interpol, o derramamento teve origem em um navio grego no fim de julho.
As apurações identificaram, a partir de imagens de satélite, uma mancha inicial de petróleo cru a aproximadamente 700 quilômetros da costa brasileira no dia 29 de julho, em extensão ainda não calculada. Isso permitiu identificar um único petroleiro que navegou pela área suspeita na data provável do vazamento.
A embarcação, de bandeira grega, atracou na Venezuela em 15 de julho, permaneceu por três dias e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na África do Sul. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento”, afirmou a Polícia Federal.
De acordo com a Marinha, que também colabora com as investigações, essa embarcação chegou a ficar detida nos EUA por quatro dias devido a “incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar”.
O nome da empresa responsável pela embarcação não foi divulgado. A PF afirma que o navio grego está vinculado a uma companhia de mesma nacionalidade. As investigações prosseguem para identificar a propriedade do petróleo transportado pelo navio.
Nesta sexta-feira, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro em sedes de representantes e contatos da empresa grega no Brasil. Foram solicitadas diligências para a obtenção de dados adicionais sobre a embarcação e sua tripulação.
“Há fortes indícios de que a empresa, o comandante e tripulação do navio deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca do vazamento/lançamento de petróleo cru no Oceano Atlântico”, afirmaram os procuradores da República Cibele Benevides e Victor Mariz.