Buscando alcançar mais excelência na produção cacaueira do Pará, a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) pretendem firmar parcerias com instituições e prefeituras que possam disponibilizar técnicos a serem capacitados para assistir os produtores. A falta de pessoal qualificado é hoje o maior entrave da cacauicultura paraense, uma vez que a Ceplac só dispõe de 46 técnicos para todo o Estado.
A Ceplac tem o maior estudo técnico-científico sobre cacau no país e precisa repassar esse conhecimento, já que seu quadro técnico está muito reduzido e grande parte em fase de aposentadoria. “Temos mais de três mil produtores inscritos querendo plantar cacau, mas não podemos distribuir sementes se não tem pessoal para assistir”, explicou o superintendente da Ceplac no Pará, Raul Guimarães.
O pesquisador Fernando Mendes, da Ceplac, apresentou um estudo demonstrando as potencialidades que tornam o Pará a alternativa para produção mundial de cacau. A produtividade de 930 quilos por hectare é a maior do mundo, mas Medicilândia, município do Sudoeste paraense que mais produz cacau no país, chega a tirar 1.190 k/ha. Enquanto em todo o país o crescimento da área plantada foi de 1,3%, no Pará foi 5%. A produção cresce 15% ao ano e o Estado já se tornou o maior produtor nacional de cacau, com 131.582 toneladas produzidas, em 2018, superando a produção da Bahia, que foi de 122 mil toneladas.
Está no Pará o maior banco de germoplasma do mundo, com 55 mil plantas e 20 mil genótipos diferentes. A Ceplac já abriu o terceiro campo de plantas híbridas com 450 combinações, o que garante a sustentabilidade do cultivo de cacau no Estado. O material genético produzido é muito requisitado no mundo por ser de excelente qualidade. “Se o Pará fosse um país, estaria em 8º lugar na produção mundial de cacau, entre os 65 países produtores”, informou Fernando Mendes.
O secretário adjunto da Sedap, Lucas Vieira, que participou da reunião com os técnicos Ivaldo Santana e Dulcimar Melo, disse que reconhece a importância da cacauicultura para a economia do Pará e que o governo vai colaborar para o avanço da cultura no Estado. Será criado um grupo de trabalho para elaborar um programa com novas estratégias à expansão da cacauicultura no Estado, para ser apresentado ao governador Helder Barbalho.
A proposta é aumentar em 40 mil hectares a área de plantio e mais quatro mil produtores até 2022. Para isso será preciso buscar parcerias para viabilizar recursos, além do aporte financeiro do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura (Funcacau), para ampliar a capacidade operacional no campo e garantir o futuro da lavoura cacaueira no Estado.
Por Leni Sampaio/Agencia Pará