Foco é na produção de amêndoas de qualidade, com alto valor agregado
O primeiro registro do município na PAM foi em 2019, com 13 ha, produtividade de 2.000 kg/ha. Ainda conforme a pesquisa do IBGE, em 2020, a área passou para 26 ha, com produtividade 2.903 kg/ha. Atualmente o Vale do rio Grande tem 36 hectares em produção, 68 há plantados e outros 100 ha em fase de implantação da lavoura.
“A estimativa é chegar no final de 2023 com, no mínimo,1 milhão de mudas plantadas no Vale do Rio Grande”, revelou o produtor que também migrou do Sul baiano para o Oeste, e depois de alguns anos distante da atividade, recomeçou com a cacauicultura. Empreendedor visionário sobre a aptidão da região para a cultura, ele afirmou que o Oeste vai reforçar a produção estadual e nacional para reverter situação perdida com a vassoura de bruxa.
Alta produtividade
“Em um futuro breve vamos voltar a exportar. Temos alta produtividade de cacau de qualidade”, afirmou. De acordo com Farias, proprietário da Fazenda Solaris, em Riachão das Neves, a produtividade média obtida como cacau irrigado do Oeste é de “no mínimo 200 arrobas (@) por hectares”, com condições de mecanização agrícola por ser a área plana e utilização de alta tecnologia para desenvolver a atividade. Ele tem parceria com o produtor Moisés Schmidt, proprietário da Solaris, que está transferindo a tecnologia da soja, algodão e milho para a produção do cacau. Juntos, com outros parceiros, eles criaram a BioBrasil, voltada para pesquisas e produção de mudas. A Biofábrica tem mudas certificadas, a única do Brasil com essa característica.
A empresa já tem uma estufa produzindo 260 mil mudas e outra em construção. O projeto é chegar no final de 2023 com capacidade de produzir 2 milhões de mudas ano, disse Farias. Com a agroindústria Cacau do Cerrado, ele produz nibs e chocolates com alto teor de cacau, dentro do conceito Tree to Bar, que significa da árvore à barra de chocolate, agregando valor à produção. Seu próximo desafio, é impulsionar a Coopercacau1000, cooperativa voltada para agricultura familiar com o objetivo de atender inicialmente um mil produtores do vale do rio Grande.
Ainda na região Oeste, mas em outra realidade geográfica no município de Cocos, nos chapadões do Cerrado o empreendimento tem 220 hectares plantados com cacau e até o final deste ano deve chegar a 300 hectares. De acordo com o sócio da fazenda Santa Colomba, Miguel Prado, as experiências começaram há 5 anos, com plantação de 2 ha experimentais. Atualmente tem 40 ha com médiade3,5 anos, produzindo 135 @ por hectare. “A perspectiva é chegar no quinto ano de produção com média entre 200 e 250 @ por ha”, afirmou, asseverando que na propriedade “aplicamos a agricultura regenerativa, com adubação orgânica, defensivos biológicos e o mínimo de químicos”. Ele destacou ainda que pela novidade de produzir a pleno sol em áreas planas existe a facilidade de mecanização.
Com parceria firmada “com o amigo/produtor de Eunápolis, Fernandinho Martins, os cuidados vão além da lavoura, com a fermentação e secagem das sementes, para ter um produto de alta qualidade”, disse.
Por MIRIAM HERMES, em A TARDE