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Morre soldado da PM que passou mal durante teste físico em Salvador

Além de Yuri Lindemberg, 35 anos, outros dois policiais também foram internados após a prova.

Morreu na madrugada desta terça-feira (22) o soldado da Polícia Militar Yuri Lindemberg de Souza Lima Bezerra, 35 anos. Ele estava internado no Hospital Geral Menandro de Faria, em Lauro de Freitas, desde segunda-feira (21) após ter se sentido mal durante a realização do Teste de Habilidade Específica para ingresso no Curso de Operações de Choque da Polícia Militar da Bahia, em Salvador.

Além de Yuri, outros dois policiais – que não tiveram os nomes divulgados – também passaram mal durante o exame físico. Eles foram encaminhados para o Hospital Aeroporto. Um deles teve alta médica hoje e já está em casa. O outro segue internado em situação estável.

De acordo com a PM, o soldado Yuri foi atendido pela equipe médica do Departamento de Saúde da corporação que acompanhava o teste e levado para o hospital. O estado de saúde dele agravou e nesta madrugada ele não resistiu.

“Yuri era lotado na Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe/Chapada) e há nove anos integrava as fileiras da corporação. Natural de Petrolina, em Pernambuco, o soldado era solteiro e deixa um filho. O horário e local do sepultamento serão definidos pelos familiares de Yuri”, afirmou a PM, em nota de pesar.

Corrida
O teste é uma corrida de 8 km que tem de ser realizada em 50 minutos. Ao todo, 65 PMs de várias unidades da corporação participaram da seleção. Em nota, a PM disse que todos os militares estavam “devidamente hidratados e já haviam passado por palestras, avaliação médica e física, anteriormente”.

Segundo o comandante geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Brandão, contou que a polícia fez um estudo dos ultimos cinco casos em que pessoas passaram mal durante os teste da corporação e os exames comprovaram que apenas uma das vítima teve um mal súbito, ou seja, problema de condicionamento. “Nos outros quatro casos foram encontrados dois tipos de substâncias estimulantes: cafeína e alcool”, afirmou.

Ainda segundo o comandante, depois que outros candidatos passaram mal durante provas da corporação, a polícia fez algumas mudanças nos procedimentos. A quantidade de exames pedidos para as provas aumentou e foi criada uma força-tarefa para atuas no duarante os exames, com médicos clinicos, profissionais de educação física, ambulância equipada, e até palestras sobre os cuidados que devem ser adotados antes dos exercícios.

Os militares que passaram mal nesta segunda-feira assinaram um termo de responsabilidade antes da prova afirmando que não ingeriram substâncias estimulantes, mas o caso será investigado pela coorporação.

“Eles alegaram num primeiro momento que não tomaram nada, mas estamos apurando. Abrimos um Processo Administrativo Interno, um inquérito policial, já que um policial morreu, colocando uma equipe de médicos para acompanhar os exames laboratoriais e um oficial para apurar e ouvir as partes, principalmente, os integrantes que fizeram os testes, para saber como eles se sentiram ou se perceberam alguma coisa durante a prova”, afirmou.

O policial que morreu atuava na caatinga, companhia da PM que, segundo o comandante, o esforço físico é maior que o da maior que o de outras unidades da corporação. Ele afirmou que a polícia vai redobrar os cuidados na seleção dos novos soldados que serão submetidos a esses exercícios.

Família
A irmã e duas primas de Yuri estiveram no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) na manhã desta terça-feira realizando o processo de liberação do corpo do policial – que vai ser enterrado em sua cidade natal. A data do enterro não foi definida pela família.

Ao CORREIO, uma das primas se limitou a dizer que a família não daria declarações e que era um “momento de intensa dor e pesar”.

Conforme o subcomandante da Cipe Chapada, em que Yuri era lotado, outro policial da corporação também participou do teste. Cerca de dez colegas de farda do PM acompanhavam a família do rapaz no IML.

Segundo a PM, o Departamento de Promoção Social está acompanhando o caso e dando apoio à família dos policiais. Em 2014, um candidato a soldado morreu depois de passar mal durante a realização de um teste físico na Vila  Militar do Bonfim.

 

Fonte: Correio da Bahia

 

 

SIEL GUINCHOS

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