Ao mesmo tempo em que acena ao mercado, Bolsonaro busca ampliar seu apoio no Nordeste e busca nomes de mercado para compor a equipe econômica.
O candidato Jair Bolsonaro (PSL) mantém ampla vantagem sobre seu adversário Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial e sua equipe de campanha vem fazendo diversas movimentações nos últimos dias em direção à composição de seu eventual governo.
Há grande preocupação em sinalizar um programa econômico liberal, com a ajuda de seu guru Paulo Guedes, o que inclui independência de atuação do Banco Central e aceno às privatizações.
Neste sentido, a equipe de Bolsonaro planeja ampliar o uso de ações especiais, conhecidas como “golden shares”, para aplacar resistências e viabilizar seu programa de privatizações, avaliado em R$ 700 bilhões, informa o jornal Folha de S. Paulo. A intenção do candidato é privatizar cerca de 150 empresas.
O termo em inglês significa “ação dourada” e é usado nas operações de venda de uma empresa. Refere-se à parcela do capital da empresa (cuja venda está sendo negociada), que irá permanecer em poder do antigo controlador, no caso das estatais é o governo.
Bolsonaro também segue à procura de um “time dos sonhos” para sua equipe econômica e, segundo o jornal
O Estado de S. Paulo, teria sondado Eduardo Centola, sócio e copresidente do Banco Modal, para a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O convite formal ainda não foi feito, mas o executivo estaria contribuindo com propostas, especialmente na área de infraestrutura, na campanha do candidato.
Ao mesmo tempo em que acena ao mercado, Bolsonaro busca ampliar seu apoio no Nordeste – tradicional reduto eleitoral do PT – e nas classes de menor renda.
A ideia é disseminar a intenção de reformar o Bolsa Família já no primeiro ano de mandato e criar um sistema gradual para o corte do benefício para quem conseguir emprego. A sugestão é que o beneficiário mantenha 75% do valor recebido no primeiro ano de trabalho, informa a Folha de S. Paulo.
A equipe técnica de Bolsonaro defende também uma reforma no FGTS para que os trabalhadores possam aplicar os recursos das contas vinculadas no mercado de capitais, com o objetivo de formar uma aposentadoria complementar no futuro, com rentabilidade superior à atual, de 3% ao ano. Ainda não há detalhamento sobre como seria feita a transferência dos recursos, informa o jornal O Globo.