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Para evitar confrontos no julgamento de Lula, MPF e MST vão discutir manifestação

Previsão é que mais de 2 mil agricultores gaúchos vinculados ao MST estejam na Capital dia 24 de janeiro.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Ministério Público Federal (MPF) irão se reunir na próxima semana para buscar um acordo que evite conflitos durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 24 de janeiro, em Porto Alegre. Na última quinta-feira, a Justiça Federal proibiu o MST de montar acampamento sem autorização prévia do poder público no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, área em frente ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

O procurador Enrico Rodrigues de Freitas, um dos autores do pedido de proibição, entrou em contato ontem com Adelar Pretto, coordenador estadual do MST. Eles combinaram de se encontrar pessoalmente na semana que vem, ocasião em que Pretto estará acompanhado de dirigentes nacionais do MST e do PT. A previsão de Adelar é de que 2 mil agricultores gaúchos vinculados ao movimento estejam em Porto Alegre de 22 a 24 de janeiro, período em que organizações de esquerda pretendem realizar manifestação de apoio a Lula.

— Vamos montar acampamento em Porto Alegre, só não temos ainda um local definido. Não queremos conflito com ninguém, mas os protestos serão nas proximidades do tribunal — diz Pretto.

O MPF havia solicitado à Justiça Federal que fossem delimitadas duas áreas de concentração para os manifestantes contra e a favor de Lula. Os simpatizantes do petista ficariam no Parque Farroupilha (Redenção), enquanto os grupos de repúdio a Lula se estabeleceriam no parque Moinhos de Vento (Parcão). O juiz Osório Ávila Neto não acatou o pedido e permitiu manifestações no entorno do TRF4 e no próprio Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, desde que o trânsito de veículos e pedestres nas ruas do entorno do TRF4 não fosse prejudicado.

– Estamos conversando com todo mundo, os movimentos sociais, o comando da Brigada Militar. Queremos construir um diálogo para que se tenha liberdade de manifestação, sem confronto e com a mínima intervenção do Judiciário possível – diz Enrico Freitas.

Em todo o país, entidades sindicais, organizações de esquerda e movimentos sociais se articulam para os atos em Porto Alegre. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) orientou todas suas filiadas a promover caravanas até o Rio Grande do Sul. A previsão é de que 200 ônibus se dirijam a Porto Alegre. No dia 13, haverá manifestações da Frente Brasil Popular em quase todas as capitais. Em Porto Alegre, haverá aula pública de Direito na Redenção, a partir das 16h.

Em 21 de janeiro, um grande ato está previsto para a Avenida Paulista “em defesa de Lula e da democracia”, com expectativa de participação do petista. Na véspera do julgamento, dia 23, militantes farão vigília em frente ao prédio da Justiça Federal da capital paulista, de onde partirão os ônibus com destino a Porto Alegre. Lula ainda não decidiu se virá à Capital. A ex-presidente Dilma Rousseff confirmou presença em um encontro de mulheres previsto para às 11h do dia 23.

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