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Enem: 490 mil baianos enfrentam a primeira etapa do exame

Especialistas alertam que continuar estudando tão perto da hora da avaliação só vai piorar o quadro

O sonho de ingressar em uma universidade pode estar mais próximo de ser concretizado para 490 mil pessoas que vão realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)  amanhã (5) e semana que vem, no dia 12.  Na véspera da primeira prova, fica difícil segurar a ansiedade. Mas especialistas alertam que continuar estudando tão perto da hora da avaliação só vai piorar o quadro.

Oswaldo Santos, professor e coordenador do Curso Revisão, situado no bairro de São Rafael, em Salvador, diz que o candidato deve evitar os estudos nesse momento e valorizar aquilo que sabe. “Os alunos têm uma cultura de prova. Eles não são preparados para fazer análise de conteúdo, mas sim para acumular conteúdo para fazer prova. Quem descobre isso logo anda por outros caminhos”, diz o especialista.

Segundo Santos, muitas pessoas estudam até os instantes finais que antecedem a avaliação e não conseguem  relaxar, o que aumenta a ansiedade, prejudica o sono e até o desempenho na prova. “ No dia anterior ao exame, a pessoa tem que esquecer o livro, evitar ficar conversando outros candidatos sobre o assunto,  principalmente sobre o tema da redação, praticar algum esporte para relaxar e ir se acalmando desde cedo”, sugere.

Para o professor, estudar em cima da hora também não é recomendado porque pode confundir o candidato, que tenta aprender o que não sabe e deixa de potencializar os assuntos de seu domínio.

Ter uma boa noite de sono, fazer refeições leves, evitar tomar café no fim da tarde, substituindo a bebida por chás com sustâncias calmantes e manter o controle emocional, segundo Oswaldo Santos, são dicas preciosas para se dar bem no Enem. “A prova é uma maratona, requer muita leitura, o que cansa o candidato. Além de ter a ansiedade e a cobrança dos familiares. Então, é preciso manter a calma”, explica o professor.

Conforme Oswaldo Santos, com esse método o Curso Revisão alcançou uma média de 80% de aprovação no Enem. Querendo fazer parte dessa estatística vitoriosa, Mariana Rodavalho, de 18 anos, se matriculou neste curso preparatório no início do ano.

Aluna do 3° ano do ensino médio, a jovem encara a maratona de estudos na escola pela manhã e no cursinho à tarde. Mas agora deu uma pausa e só está esperando a hora da prova. “ Não planejei nada pra sábado, mas entes de dormir eu vou pegar alguma coisa pra ler e relaxar”, revelou a jovem, que é fã de livros de romance.

Mariana, assim como boa parte dos candidatos, está apreensiva com a redação, cujos critérios de correção foram modificados este ano.

Segunda formação

Em um cenário de crise econômica e desemprego em algumas áreas profissionais, o Enem tem sido cada vez mais utilizado como porta de entrada para uma segunda graduação.

“Tô fazendo o Enem porque estou insatisfeito com minha área e também porque sempre tive interesse em fazer uma universidade pública, pois acredito que terei mais chances no mercado do trabalho”, disse o jornalista Alan Gabriel Alexandria, de 29 anos.

Formado há pouco mais de um ano em uma faculdade particular de Salvador, Alexandria conta que agora pretende se candidatar  a uma vaga do Bacharelado Interdisciplinar  (BI) de Artes ou Letras , da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apontam que somente este ano mais de 174 mil candidatos na faixa etária de 21 a 30 se inscreveram no Enem. As provas serão aplicadas em 160 municípios, mesmo número do ano passado, apesar do número de participantes ser 26,2% menor.

 

Fonte: Tribuna da Bahia
SIEL GUINCHOS

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