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Com Moro, Bolsonaro marca “golaço” político, mas ganha seu segundo ministro “indemissível”

Nomeação de Sérgio Moro para “superministério” da Justiça tem mais vantagens do que prejuízos aos envolvidos.

Sérgio Moro no Ministério da Justiça

Do ponto de vista político, a indicação para o juiz Sérgio Moro comandar o superministério da Justiça do governo de Jair Bolsonaro tem mais vantagens do que prejuízos para todos os envolvidos.

À frente de um novo sistema de justiça e dos principais órgãos de controle e fiscalização da República, Moro sai de uma vara federal no Paraná para institucionalizar no governo federal em Brasília as práticas que fizeram da Lava Jato a maior operação de combate à corrupção do Brasil.

No MJ, afastar riscos de retrocesso no combate à corrupção e melhorar o sistema serão os principais objetivos do juiz. Em julho deste ano, Moro chamou atenção em uma palestra sobre a necessidade de “reformas de políticas mais gerais para diminuir os incentivos e oportunidades à corrupção”.

Como magistrado, mesmo na cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal, ele não teria as ferramentas para isso. Como figura pública, o juiz linha dura se tornou maior que a operação, que já chegou em um ponto descendente, com processos já em instâncias superiores, a regionalização para outros estados e poucas novas investigações.

Moro estudou muito bem a operação Mãos Limpas, que combateu a corrupção na Itália dos anos 90. O super judice italiano Antonio Di Pietro foi convidado para ser ministro do governo Berlusconi, não aceitou, entrou para a política. Quatro anos de Lava Jato, mostraram que Sérgio Moro sabe lidar com o xadrez político.

Para o presidente eleito, é um golaço trazer para dentro do time a inconteste aprovação popular e a grife de honestidade de Sérgio Moro, o juiz que enfrentou o STF e atacou os poderosos corruptos.

Politicamente, no curto prazo, não devemos ver resistências abertas ao governo Bolsonaro por conta da nomeação de Moro. É evidente que nos corredores do Congresso Nacional há quem esteja contrariado/apreensivo, porém não devemos observar reações ou desembarques da futura base. Muito pelo contrário. Moro, com o poder de  investigação que terá sob seu comando na nova estrutura do MJ pode mesmo ser um ativo político algumas vezes.

Como ponto negativo desta nomeação é que agora temos o segundo Ministro indemissivel da Esplanada, o que não é positivo por definição. Além disso, o Presidente eleito pode ter que lidar, mais a frente, com uma figura política maior que ele mesmo dentro do seu próprio governo

 

Fonte: infomoney

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