As pesquisas não pararam, desenvolvendo e integrando duas outras tecnologias-chave para viabilizar o que Wang Peng, da Academia de Ciências Sociais de Pequim, chama de “trem de ultra-alta velocidade”.
A tecnologia maglev, de levitação magnética, tem mais de um século. Dezenas de iniciativas comerciais foram lançadas e abandonadas desde então, da Europa à Ásia. A mais bem-sucedida e persistente, uma linha entre o centro de Xangai e o aeroporto de Pudong, completou 20 anos em 2024, porém sua ampliação até Hangzhou veio sendo adiada pelo avanço do trem-bala.
O ‘trem voador’ pode, em tese, chegar à velocidades superiores aos 1 mil km/h
Testes realizados com o ‘trem voador’ ao longo do ano passado pelos engenheiros da Corporação de Ciência e Indústria Aeroespacial da China (Casic) “causaram sensação em escala global por causa das inovações”, segundo Wang — destacando que seus direitos de propriedade intelectual estão vinculados ao país. São duas: a tecnologia supercondutora de alta temperatura, não baixa como buscada até então, e a tecnologia de tubulação a quase vácuo.
Após o teste mais recente, num túnel de dois quilômetros completado no final de 2023 em Datong, na província de Shanxi, a Casic evitou divulgar a velocidade atingida. Anunciou apenas que havia superado os 623 km/h de fevereiro passado e que tem capacidade para 1.000 km/h, equivalente ou pouco acima da velocidade na aviação comercial. A estatal acrescentou que, com o tempo, ele pode chegar a 4.000 km/h.