Ex-chanceler já esteve na Rússia para discutir os rumos da guerra e vinha sendo cobrado a realizar visita similar ao governo ucraniano
O assessor especial para assuntos internacionais da presidência e ex-chanceler Celso Amorim irá viajar para Ucrânia na semana que vem, segundo fontes próximas a ele.
Amorim deve se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A visita ao país invadido pelo governo de Vladimir Putin ocorre semanas após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazer declarações em que responsabiliza a Ucrânia pela guerra e acusar os Estados Unidos de incentivarem o conflito.
Em meio às sinalizações do governo brasileiro à Rússia, nas últimas semanas, o ministro russo de relações exteriores Sergey Lavrov esteve no Brasil e o próprio Celso Amorim também esteve na Rússia.
Amorim é uma das figuras do time político do governo Lula mais conhecidas no exterior.
Ele chefiou o Itamaraty nos primeiros dois governos Lula e no mandato de Dilma Rousseff (PT) comandou o Ministério da Defesa.
Nesta quinta-feira (4), Amorim esteve reunido no Brasil com a embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, e ouviu ponderações de que o Brasil deveria adotar postura neutra no papel de mediador da pacificação entre Rússia e Ucrânia.
A jornalistas, a embaixadora americana afirmou depois que as declarações de Lula desapontaram e que aguardava o Brasil marcar a data da viagem de Celso Amorim à Ucrânia.
Na semana passada, em conversa com integrantes da Associação dos Ucranianos em Portugal, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, comunicou que o assessor especial da presidência faria a viagem.
Ele ressaltou ter sido designado por Lula para informar que Celso Amorim iria à Ucrânia.