Dados são de um levantamento feito pela Alelo e Fipe
Nos últimos quatro anos, a Bahia gerou 81.116 empregos formais em supermercados e 60.326 mil em restaurantes, conforme revelou um levantamento feito pela Alelo, empresa especialista em benefícios, gestão de despesas corporativas e incentivos líder do mercado, em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Já o salário médio dos admitidos na Bahia em outubro de 2024 foi de R$ 1.901, enquanto a média nacional chegou a R$ 2.153. A título de comparação, São Paulo, no topo, apresenta salário médio de (R$ 2.440), enquanto Distrito Federal (R$ 2.236) e Santa Catarina (R$ 2.235).
No segmento de restaurantes, a Bahia também ficou em sétimo lugar, representando 4,2% de todas as oportunidades geradas no país, atrás de estados como (172.146), Minas Gerais (138.833), Paraná (92.771), Rio Grande do Sul (74.159) e Santa Catarina (67.037). O levantamento foi feito com base nos microdados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), disponibilizados mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) entre janeiro de 2020 e outubro de 2024.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) na Bahia, Leandro Menezes, afirma que, de fato, há um crescimento do setor e busca por mão de obra tanto em pequenos negócios, quanto em grandes redes, mas que, mesmo assim, há uma dificuldade em ocupar essas oportunidades, sobretudo quando se fala em mão de obra qualificada. Ele menciona os cargos de pizzaiolo, sushiman, bartender como os mais difíceis de serem preenchidos.
“As grandes redes normalmente largam na frente no uso da tecnologia para superar esses e outros desafios, pois possuem mais recursos financeiros para tal. Observe que diversos fast foods no shopping tiveram que colocar autoatendimento em quase a totalidade da loja, justamente utilizando e investindo em tecnologia para resolver essa dificuldade”, comenta.
Ainda de acordo com Menezes, a alta do turismo na Bahia tem impulsionado a geração de empregos em restaurantes e bares, sobretudo na capital, Região Metropolitana, Costa do Descobrimento e Chapada Diamantina. “Tudo indica que teremos um verão com muitos recordes no estado. E obviamente com o aumento da demanda, há uma necessidade maior de contratação. Então se a escassez de mão de obra já era grande antes do verão, ela se agravou com a chegada no período. Os restaurantes estão investindo em tecnologia para tentar suprir alguns quadros, com uso de cardápios digitais com auto atendimento, robotização de atividades de cozinha, etc.”, completa.
Cássia Mara, de 34 anos, estava desempregada desde a pandemia. No ano passado, ela foi chamada para atuar como caixa em um hipermercado em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. Ela ocupou, na companhia da irmã, as duas das 60 vagas que foram disponibilizadas com a abertura do empreendimento no bairro da Pampalona. “Eu já tinha tentado em outras áreas, distribuído meu currículo em lojas de roupas e óticas no centro da cidade, mas consegui a oportunidade aqui. Fui a primeira selecionada e acabei indicando também a minha irmã. Meu irmão também trabalha como repositor em outro supermercado. Conseguiu em 2022 e está lá até hoje”, relata.
Fábio Santos, Diretor Regional Bahia e Sergipe do Assaí Atacadista afirma que, neste momento, há 50 postos de trabalho disponíveis em território baiano para pessoas com ou sem experiência. A Bahia é o terceiro maior estado em número de lojas do Assaí, com 24 unidades, sendo 9 delas na capital.
Ele relata um aumento no número de vagas, impulsionado especialmente pela expansão do parque de lojas no estado. Entre 2020 e 2023, durante um processo de expansão nacional, o Assaí Atacadista inaugurou nove unidades na Bahia, sendo seis em Salvador (Barris, Cabula, Rótula do Abacaxi, Mussurunga, Paralela e Vasco da Gama) e três no interior do Estado (Feira de Santana, Lauro de Freitas e Teixeira de Freitas).
“Cada unidade gerou, em média, 600 empregos diretos e indiretos, totalizando mais de 5.400 empregos com essas novas inaugurações. Considerando todas as lojas baianas, a geração de empregos ultrapassa 12 mil postos diretos e indiretos”, contabiliza.
Ainda conforme o Diretor Regional, atualmente, as principais oportunidades oferecidas estão para funções como Operador(a) de Loja e Operador(a) de Caixa. Por lá, é oferecida a qualificação independentemente da experiência prévia. “Mesmo quando um profissional ingressa sem experiência, ele tem a oportunidade de participar de cursos internos de aperfeiçoamento, contribuindo para o seu crescimento na empresa”, completa.