Em contrapartida, conselheiro do CREMEB afirma que as prefeituras devem dar melhores condições de trabalho aos profissionais.
“É como cobrir um buraco e descobrir outro”. A afirmação do presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Eures Ribeiro, é sobre os profissionais que devem sair programa de Estratégia de Saúde da Família (ESF) para trabalhar no Mais Médicos.
Na quinta-feira (29), um levantamento feito pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) mostrou que, na Bahia, há 765 profissionais inscritos no Mais Médicos. Destes, 400 já atuavam no ESF. Até sexta-feira (29), 325 profissionais já tinham deixado os empregos anteriores nos municípios baianos.
“Passaram uma imagem que não era real. As cidades vão ficar desfalcadas. No meu município, Bom Jesus da Lapa, tem médicos que se inscreveram no programa. Eles abandonaram os postos. E agora? Como Vamos ficar?”, questionou Eures.
Ainda de acordo com ele, os médicos brasileiros querem trabalhar apenas três vezes por semana, diferentes dos cubanos. “Os médicos daqui não querem trabalhar os cinco dias, como o programa pede. Isso também é outra questão”, afirmou o presidente da UPB.
A presidente da Conasems-BA, Stela Souza, diz que a situação é “preocupante”. “Se todos médicos que se inscreveram no Mais Médicos se apresentarem, os postos vão ficar vazios. Isso vai afetar muito a população, principalmente quem mora no interior “, disse ela.
Stela não soube dizer quais foram as cidades que perderam mais profissionais do SUS para os Mais Médicos.
Cremeb
Em contrapartida, o conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia, Otávio Marambaia, diz que não “vê problema” na saída dos médicos dos postos. “São profissionais que receberam propostas melhores. As pessoas precisam entender que médico é gente”, declarou.
Ele disse ainda que as prefeituras “devem procurar dar melhores condições de trabalho aos médicos”.
Novos médicos
De acordo com Secretaria Municipal de Saúde, nesta segunda-feira (3), dois novos profissionais chegam para ocupar vagas do Programa Mais Médicos deixadas pelos cubanos. Por meio de nota, a pasta afirmou que as duas médicas são baianas e vão atuar nas Unidades de Saúde da Família da Boca da Mata (em substituição à cubana Kenia Garcia desligada do programa na última semana) e Nova Constituinte, no Subúrbio Ferroviário.
“Com a nova adesão, Salvador terá agora 107 profissionais do programa atuando na rede municipal. Esses profissionais que atuam na atenção básica, tem como meta reduzir o alto índice de internação por doenças que podem ser cuidadas na saúde primária, a exemplo de diabetes e hipertensão, que são crônicas, mas quando acompanhadas adequadamente permite qualidade de vida ao paciente e evita o agravo da patologia”, escreveu em nota a SMS.