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Com chance de vitória de Lula, aliados se antecipam e cogitam substitutos no STF

Em 2023 os ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber completam 75 anos e se aposentam pela idade

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

Com a possibilidade de Lula (PT) se eleger presidente da República nas eleições de outubro, aliados do ex-presidente começaram a cogitar nomes para as cadeiras que serão deixadas por Ricardo Lewandowski e Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). Eles completam 75 anos em 2023 e, com isso, se aposentam compulsoriamente.

Para a vaga de Lewandowski, aliados de Lula cogitam um advogado que transite bem nos tribunais de Brasília, para garantir um bom interlocutor ligado ao chefe do Executivo. Entre os mais cotados está Cristiano Zanin Martins, que foi advogado do petista na Lava Jato e também nos processos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Outro com chance na disputa é o criminalista Pierpaolo Bottini, professor da Universidade de São Paulo (USP) que também se notabilizou por defender acusados na Lava Jato e tem bom relacionamento com ministros de tribunais superiores.

A aposentadoria de Lewandowski está prevista para maio, mas o ministro poderia antecipar a saída do tribunal. Aliados de Lula defendem que ele assuma o Ministério da Justiça logo no início de um eventual governo do PT. O ministro não comenta as especulações.

A saída de Rosa Weber está prevista para outubro. Interlocutores de Lula acreditam que a vaga permanecerá com uma mulher. A mais forte na disputa de bastidores é a ministra Maria Elizabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM). Seria uma forma de Lula acenar para mulheres, minorias e militares de uma só vez.

Aliados do petista defendem que, num eventual terceiro mandato, o ex-presidente corrija a forma como ministros do STF foram escolhidos nos governos do PT. Apesar de ter a maioria numérica, o partido se ressente de não ter a maioria ideológica do tribunal.

Dos onze atuais integrantes do STF, três foram escolhidos por Lula e quatro, por Dilma Rousseff. A bancada “lulista” é composta por Lewandowski, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. A de Dilma tem Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.

Alguns escolhidos pelo partido se viraram contra Lula e Dilma em votações importantes. Joaquim Barbosa é o maior exemplo. Escolhido por Lula para uma cadeira na Corte, o ministro, hoje aposentado, foi relator do processo do mensalão e conduziu a condenação de nomes ligados ao ex-presidente, como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Outro requisito considerado importante para aliados de Lula é escolher ministros jovens, que tenham a chance de passar muitos anos no STF até alcançarem a data de aposentadoria. Zanin tem 46 anos, Bottini, 45, e Maria Elizabeth, 62.

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