MAIS DESENVOLVIMENTO

Brasil tem mais faculdades de direito que China, EUA e Europa juntos

Em 2010, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) declarou que o Brasil tinha 1.240 cursos para formação de advogado, enquanto outras nações, incluindo China, Estados Unidos e todas da Europa, somavam 1.100. É natural, portanto, que exista a preocupação com a saturação do mercado.

Só em 2015, de acordo com o Censo de Educação Superior, 105.317 pessoas se formaram em direito no país – 88% em faculdades particulares.

Thiago Bottino, coordenador geral da graduação da FGV Direito Rio, afirma que, mesmo assim, é possível ter boas oportunidades em qualquer segmento do mercado.

“Não é necessário descobrir o que tem menos gente fazendo, e sim saber se diferenciar dos demais”, afirma. “O mercado está saturado para os medíocres, mas aberto para os excelentes profissionais.”

Ele dá as seguintes dicas:

    • “É preciso saber que a vida profissional começa no primeiro dia da faculdade, não quando se forma. É difícil pensar assim quando se tem 17 anos, mas é necessário. A imagem que os professores e colegas têm do estudante pode ser importante para a carreira.”
    • “O estágio não deve ocorrer no início do curso, para não prejudicar a formação acadêmica. É importante já ter autonomia e habilidades desenvolvidas quando ingressar pela primeira vez em uma empresa. Aí sim será a hora de aproveitar a experiência: conhecer um escritório, um órgão público, ver como cada parte funciona. Não existe um caminho único no Direito – é preciso saber escolher um rumo.”
    • “Passar um semestre fazendo intercâmbio pode ser uma boa alternativa. Antigamente, grandes profissionais eram valorizados pela cultura geral ampla. Hoje isso se perdeu. Mas considero um diferencial conviver com pessoas de outros países ou Estados, ter uma bagagem cultural completa.”
    • “Dominar outros idiomas é importante. Além do inglês, que é obrigatório, é interessante estudar línguas como alemão, francês… Ou até programação de computador e economia, que também considero como idiomas. São outras estruturas.”
    • “Uma grande tendência é saber como mediar conflitos. Seja na relação com o cliente, com o sócio ou como empreendedor, é uma habilidade importante. Direito não é só processo: é preciso saber resolver situações que não envolvam litígio, e sim conciliação.”
    • O advogado Fernando Jayme, diretor da Faculdade de Direito da UFMG, complementa com outros conselhos:
      • Dedicar-se ao curso e levá-lo com seriedade, sempre procurando leituras extras;
      • Acompanhar o posicionamento dos tribunais e saber como cada um costuma tomar as decisões. Isso pode ajudar ao longo da carreira de advogado;
      • Sempre se preocupar em buscar uma boa solução para os problemas. Ter a capacidade de ouvir, dialogar e argumentar é essencial para a mediação de sucesso.
Fonte: G1

 

Veja também