Confederação do Comércio estima que vendas relativas à data resultem em faturamento global de R$ 2,16 bilhões
As vendas relativas a Páscoa devem gerar um faturamento total de R$ 2,16 bilhões este ano. Se confirmado, o valor estimado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) representa uma alta de 1,9% frente ao ano passado, mas fica 5,7% abaixo do montante apurado antes da pandemia. Em 2019, ano anterior ao surgimento do novo coronavírus, o setor faturou R$ 2,29 bilhões com esta data.
Ainda segundo a entidade, a valorização do real viabilizou o aumento do volume de importação de chocolates, que avançou 8% (1,43 mil toneladas) em relação ao ano passado. O produto, que chegou a ser comprado com uma taxa de câmbio de R$ 5,70, pode ser adquirido agora com o dólar cotado a R$ 4,84, com base no câmbio que encerrou as negociações na quarta-feira (23).
Apesar de o número ainda estar 30% aquém das 1,87 mil toneladas de chocolates importadas em 2019, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia o avanço como positivo. ” Ainda não alcançamos a recuperação plena, mas o crescimento mostra que seguimos no processo de retomada”, disse.
Itens mais caros
Outro item muito procurado nos dias que antecedem a Páscoa, o bacalhau, por outro lado, teve retração de 17% no volume de importações. Para o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, o recuo é uma estratégia do varejo. “É um indício de que o setor está apostando na melhor saída de produtos mais baratos a partir da aceleração dos índices gerais de preços”, avalia.
Ainda assim, a cesta de bens e serviços, composta por oito itens tipicamente consumidos durante a celebração, deverá ficar 7,0% mais cara do que no mesmo período de 2021 (na média, para um IPCA-15 na casa de 10,5%), representando a maior alta desde 2016, quando a variação foi de +10,3%. Entre os produtos, bolos e azeite de oliva se destacam, tendo apresentado tendência de avanço de 15,1% e 12,6%, respectivamente, nos últimos 12 meses. “O reajuste da cotação de commodities, como o trigo, tende a afetar o preço de alguns alimentos, entre eles alguns típicos da Páscoa”, lembra o economista da CNC.