A Secretaria de Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan) divulgou, nesta terça-feira (15), o edital do concurso público para preencher 100 vagas de delegado de Polícia Civil. O salário inicial é de R$ 19,2 mil. A nova seleção foi autorizada pelo governo depois da 3ª fase da Operação Porta Fechada, que constatou fraudes no processo seletivo para o mesmo cargo, ocorrido no ano passado e suspenso pela Justiça.
As inscrições poderão ser feitas pela internet entre o dia 12 de junho e o dia 11 de julho. Os candidatos deverão pagar uma taxa de inscrição de R$ 200. O cronograma foi divulgado parcialmente, até a data das provas discursivas (veja abaixo).
O concurso vai ser realizado pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), em nove etapas, sendo elas: provas discursivas, avaliações de aptidão física, médica, psicotécnica, e da vida pregressa, além de investigação social, curso de formação profissional e avaliação de títulos. Para participar, os candidatos devem ser formados em direito.
A Segplan informou que os candidatos que participaram do concurso para delegado no ano passado, seleção que foi cancelada pelo governo após a identificação de fraudes, poderão requerer a gratuidade. A solicitação deverá ser feita no ato da inscrição, no site da UEG.
Já os candidatos que participaram do último certame e quiserem a devolução da taxa deverão entregar um requerimento na Escola de Governo, com cópia da carteira de identidade e CPF, também entre os dias 12 de junho e 11 de julho.
Cronograma do concurso para delegado
Fraudes no concurso
O novo concurso para delegado foi lançado para substituir a seleção realizada no ano passado e que, segundo a Polícia Civil, teve a fraude em cartões-resposta confirmadas. Sete pessoas chegaram a ser presas em Goiânia, Nova Glória e Brasília. Todas elas são suspeitas atuar na compra e venda de vagas.
Entre os detidos, está um ex-servidor do então Centro de Promoção e Seleção de Eventos (Cespe) – atual Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). Ele aparece em um vídeo manuseando cartões resposta de candidatos que pagaram pela aprovação.
“Este servidor subtraía o cartão resposta dos candidatos, que entregavam os mesmos em branco e, após a subtração, os preenchia indevidamente e os devolvia para a correção. Assim, os candidatos eram aprovados sem fazer qualquer prova”, disse o delegado Rômulo Figueiredo, responsável pelo caso.
Advogado do Cebraspe, Marcus Vinícius Figueiredo disse ao G1 na época que a entidade colabora com as investigações. “Desde quando tomou conhecimento dos fatos, o Cebraspe se colocou à disposição da polícia para cooperar. Os policiais civis de Goiás vieram até a sede e puderam verificar todo o sistema de segurança. Até mesmo as imagens de câmeras de segurança foram divulgadas foram repassadas pelo Centro”, ressaltou.
Por Murillo Velasco, G1 GO
Fonte: g1 globo