O estado baiano deixou de ter a maior taxa de desocupação do país, ficando em terceiro lugar, abaixo de Amapá (17,7%) e Pernambuco (17,6%)
Antes ocupando os primeiros lugares, de forma negativa, quando o assunto é mercado de trabalho, Salvador, Região Metropolitana e o estado da Bahia vêm apresentando uma melhoria nos índices neste sentido. Pelo menos é o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No estado, a taxa de desocupação foi de 15% no quarto trimestre de 2017 e média do ano fechou em 16,9%, maior desde 2012. Ainda no ano passado, a Bahia deixou de ter a maior taxa de desocupação do país, ficando em terceiro lugar, abaixo de Amapá (17,7%) e Pernambuco (17,6%). Mesmo assim, os números estão bem acima da média nacional: 12,8%.
Números alentadores também na capital e na Região Metropolitana, segundo o IBGE. Enquanto Salvador fechou o ano com taxa de desocupação de 14,8%, bem menor que a de 2016 (17,1%), deixando o topo do ranking do desemprego no país – caindo da 2ª para a 9ª taxa mais alta entre as capitais –, nas cidades vizinhas houve redução na taxa de desocupação, de 19% em 2016 para 18% em 2017, deixando de ser a região metropolitana com maior desemprego e ficando em 4º lugar.
Rendimento médio cresce
De acordo com o levantamento do órgão, rendimento médio dos trabalhadores cresceu no estado (+5,9%), na capital (+5,2%) e na Região Metropolitana (+6,2%), entre os anos de 2016 e 2017. Ano passado, em média, o rendimento aumentou de R$ 1.368 para R$ 1.499. Isso representa que a Bahia foi o estado com o quinto maior aumento real do rendimento de trabalho no país.
Em Salvador, esse valor passou de R$ 2.169 para R$ 2.281. Já na RMS, o índice passou de R$ 2.013 para R$ 2.138. Conforme o IBGE, a Região Metropolitana teve o terceiro maior aumento de rendimento entre as regiões metropolitanas, menor apenas que os verificados nas Grandes São Luís/MA (+13,5%) e Manaus/AM (+10%).
Por outro lado, o número de empregados no setor privado com carteira assinada, em 2017, foi o menor desde 2012 tanto na Bahia (1,55 milhão de pessoas), quanto em Salvador (591 mil) e na Região Metropolitana (728 mil). Nos três casos, houve leves reduções nesse contingente em relação a 2016, quando os empregados com carteira eram 1,61 milhão no estado, 605 mil na capital e 763 na Região Metropolitana.
Agropecuária teve perdas
Conforme o levantamento, houve redução no número de pessoas trabalhando em 6 dos 11 grupos de atividades profissionais investigados na Bahia, ano passado. E o setor com o maior saldo negativo em postos de trabalho foi a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com menos 118 mil pessoas ocupadas em 2017 e aprofundando a queda que já havia sido registrada em 2016, quando a atividade tinha tido perda de 65 mil postos de trabalho. Em seguida, vieram as atividades de construção (-71 mil pessoas ocupadas em 2017) e de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-51 mil).
Contudo, a atividade de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais teve o maior aumento no saldo de pessoas ocupadas no ano passado (+32 mil). Foi seguida de perto pelo setor alojamento e alimentação (+31 mil pessoas ocupadas) e pela indústria geral (+30 mil), que recuperou uma parte pequena dos 67 mil postos perdidos desde 2014.
Já com relação ao número de pessoas que estão trabalhando, a PNAD aponta que as taxas de desocupação foram resultado da redução da população ocupada (trabalhando), de menos 142 mil pessoas em média (-2,3%), e do aumento de 65 mil pessoas entre os desocupados (+5,6%), ou seja, que não estavam trabalhando e procuravam trabalho. No geral, esse número ultrapassa as 200 mil pessoas. Os movimentos, segundo o IBGE, repetem o verificado em 2016, embora numa menor intensidade tanto de queda da ocupação quanto de aumento da desocupação.
Por outro lado, Salvador apresentou um quadro mais claro de recuperação do mercado de trabalho. Segundo a pesquisa, houve aumento das pessoas trabalhando, de mais 72 mil pessoas em relação a 2016 (+5,1%), redução dos que procuravam trabalho (menos 32 mil pessoas ou -11,1%) e redução também das pessoas que estavam fora da força de trabalho, ou seja, que não estava trabalhando e tampouco haviam procurado uma ocupação (menos 17 mil pessoas ou -2,2%).
A Região Metropolitana de Salvador também apresentou um quadro de aumento da ocupação e de redução da desocupação em 2017, comparando-se com 2016, mas em menor intensidade que a capital. Na RMS houve aumento de 2,3% entre os que trabalhavam (+41 mil pessoas) e redução de 4,4% entre os que procuravam trabalho (-19 mil pessoas).
Por Yuri Abreu | Tribuna da Bahia