O interesse por esse dispositivo tem sido tão grande que, segundo dados da Anatel, o Brasil terminou o ano de 2017 com 236,5 milhões de celulares.
É muito difícil encontrar alguém atualmente que não tenha, pelo menos, um telefone celular. Para muitos, é uma extensão do corpo humano. Este aparelho que já deixou, há tempos, de cumprir as funções básicas de realizar e receber ligações. Por ele, vemos vídeos, ouvimos música, acessamos as redes sociais, entre outros. O interesse por esse dispositivo tem sido tão grande que, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil terminou o ano de 2017 com 236,5 milhões de celulares. É uma densidade de 113,52 celulares para cada 100 habitantes.
No estado da Bahia, a situação não tem sido diferente, conforme uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cujo ano base é 2016. Nele, 72% da população de 10 anos ou mais de idade (ou cerca de 9,2 milhões de pessoas) tinham telefone celular, percentual que estava um pouco abaixo da média nacional (77,1%). Neste rol, o percentual de mulheres com telefone celular (72,1% na Bahia) era mais um pouco mais alto que o de homens (67,2% no estado).
Outra parte da pesquisa aponta que dos baianos que tinham telefone celular em 2016, 72% tinham acesso à Internet móvel no aparelho, sendo que o acesso também era ligeiramente superior entre as mulheres (73,1% na Bahia e 79,7% no Brasil) do que entre os homens (70,8% na Bahia e 77,9% no país).
Segundo o IBGE, percentual de pessoas que tem celular é menor entre as crianças de 10 a 13 anos de idade (32,6%), praticamente dobra entre os adolescentes de 14 a 19 anos (63,3% têm celular) e cresce progressivamente até atingir seu máximo entre os adultos na faixa de 30 a 39 anos de idade (82,6%). Depois se reduz nas faixas etárias seguintes, até chegar a pouco mais da metade dos idosos (52,5%).
Por último, o levantamento mostra que a posse de celular aumenta conforme o nível de instrução, indo, na Bahia, de pouco mais da metade dos que estudaram até o ensino fundamental incompleto (52,5%) até quase a totalidade dos que têm nível superior incompleto (97,7%) ou completo (98%). Além disso, o uso de celular também era maior entre as pessoas que trabalhavam. Entre os baianos, 83,3% dos que estavam ocupados tinham telefone celular.
USO DA INTERNET
Ainda de acordo com o levantamento do Instituto, 94,6% (ou 6,9 mi) das 7,3 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade utilizavam o celular para acessar a internet, um percentual idêntico a média nacional. Em seguida vieram, respectivamente, computador, tablets e as smart TVs como as formas mais utilizadas pelos baianos para conectar-se a grande rede.
Mais da metade dos baianos de 10 anos ou mais de idade (os 7,3 mi já citados anteriormente) acessaram a Internet, conforme o órgão, com seu uso sendo ligeiramente superior entre as mulheres. O faixa de idade onde há um maior consumo é entre os jovens de 20 a 24 anos. Além disso, a utilização da internet é significativamente maior também entre os que estudam e entre os que trabalham.
O maior uso da internet, segundo a pesquisa, foi (para mais de 90% dos usuários do estado) para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail. Já a segunda utilização mais citada foi assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes, seguidas pelas conversas através de chamadas de voz ou vídeo (citado por 75,0% dos usuários na Bahia). Por último, a finalidade menos citada foi enviar ou receber e-mail (por 62,0% dos baianos).
Uso excessivo pode gerar dependência
No entanto, apesar das maravilhas que o acesso a internet pode proporcionar, ainda mais nos aparelhos celulares, é importante fica atento para que esse uso, em excesso, acabe não virando uma dependência, denominada por especialistas da área de psicologia como nomofobia, ou seja, o medo de ficar sem o objeto por perto.
Alguns dos sintomas podem incluir baixa auto-estima, quando as pessoas procuram reafirmação por intermédio do telefone celular, e personalidade extrovertida, quando as pessoas utilizam os dispositivos móveis em excesso. Fobia, ansiedade social, transtorno de pânico, uso precoce de aparelhos celulares, alta extroversão ou introversão, impulsividade, senso de urgência e busca de sensações, também são alguns dos fatores apontados pelos especialistas como indícios, podendo resultar até em um baixo rendimento escolar e afetando o bem estar, trazendo problemas físicos.
Essa dependência também afeta, por exemplo, àqueles que estão usando o aparelho e dirigindo um veículo, o que pode trazer riscos. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), o condutor gasta até nove segundos para atender uma chamada ou mais de 20 segundos para responder a uma mensagem em algum aplicativo. A uma velocidade de 60 km/h, seriam percorridas quase quatro quadras dividindo a atenção entre o trânsito e o celular.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o ato é com considerado uma infração gravíssima, com o desconto de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o pagamento de multa no valor de R$ 293,47. Segundo dados da Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), foram aplicadas, em 2017, 18.848 notificações a motoristas na capital baiana.