O dia 30 de janeiro de 2018 ficará marcado na história da cacauicultura sul-baiana. E de uma ponta a outra da região, o clima é de festa. Todos os produtores estão comemorando a realização de um sonho antigo: a Indicação de Procedência Cacau Sul da Bahia, publicada nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
De acordo com Durval Libânio Netto, à frente do pedido junto ao INPI, a Indicação Geográfica (IG) é fruto de mais de uma década de esforço. “Um filme passou na minha cabeça, pois foram mais de 10 anos de trabalho, desde que fomos provocados por Marcelo Libório e Johil Cruz (in memoriam), respectivamente Seagri e Mapa, a reconhecer a IG do Cacau. De lá para cá foi uma luta árdua em todos os sentidos. Momentos de tensão seguidos de momentos de reflexão e criatividade marcaram todo o processo”, revela.
Para ele, a conquista aponta para o renascimento do Sul da Bahia. “Hoje temos a maior área territorial protegida do país, incluindo 83 municípios produtores de cacau [uma área de, aproximadamente, 61.460 km²]. Mesmo com todas as dificuldades, chegamos lá. Parabéns ao Sul da Bahia. Que nossa região renasça!”, completa.
Benefícios
Produzido próximo à Mata Atlântica, o cacau do Sul da Bahia possui características únicas, além de colaborar na preservação da biodiversidade e fauna local. Com a Indicação Geográfica, as amêndoas e os produtos advindos delas passam a ser reconhecidos pela qualidade diferenciada. Mas os benefícios não param por aí.
Além de agregar valor à cadeia produtiva e ao comércio local e regional, a IG possibilita o desenvolvimento socioeconômico, a organização dos produtores e da produção, bem como a valorização do patrimônio cultural e o incremento do turismo.