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Deputados estaduais articulam mudança de partido

Marcelo Nilo já anunciou que migrará para o PSB, após passar pelo PSL e pelo PDT

Deputados estaduais baianos, pelo menos treze, articulam-se para mudar de legenda na abertura da janela partidária nos próximos meses. As conversas já estão acontecendo e muita coisa já está praticamente definida. A principal mudança que mais chama a atenção é a ida de Marcelo Nilo (PSL) para o PSB. O ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia decidiu qual rumo vai tomar após meses de negociação com a senadora Lídice da Mata (PSB), presidente da legenda na Bahia. Na bagagem, o aliado do governo deve levar consigo vários correligionários e fortalecer bastante a legenda socialista – que pleiteia uma vaga na chapa majoritária do governador Rui Costa (PT).  “Estou migrando para o PSB. Em março vou para o PSB, dentro da janela partidária. Sou amigo pessoal de Lídice e o PSB é o partido que tem ideologia mais próxima a mim. Vou sair candidato a deputado federal”, afirmou Nilo à Tribuna.

Outra mudança importante é a saída do Pastor Sargento Isidório do PDT para o Avante, onde responderá pela presidência. “Ainda hoje eu recebi aqui o coordenador nacional do Avante e ele veio tratar da arrumação da legenda e da estruturação local. O presidente nacional já sabe que não fico em cima do muro e sou a base do governador Rui Costa”, afirmou o deputado estadual à Tribuna, que deve disputar uma cadeira na Câmara Federal. Ele também já iniciou conversas com outros políticos para que eles migrem para a legenda. “O que interessa é que o partido faça uma campanha que eleja um ou dois deputados federais e pelo menos dois ou três estaduais. Vamos discutir com quem vamos coligar a partir de uma conversa com o governo do estado”.

O MDB é uma legenda que deve perder alguns parlamentares após recentes escândalos.  O deputado Hildécio Meireles, um dos cotados para mudar de partido, no entanto, nega a debandada. “Já falei algumas vezes sobre isso: não estou de saída do partido. Estamos trabalhando para revigorá-lo. Essa coisa de sair é uma hipótese muito remota, mas não estou com esse propósito no momento”, assegurou à Tribuna. “Estamos buscando novas lideranças na Bahia em função das coisas que aconteceram. O grupo precisa ser reforçado”, completou. Nos bastidores, cogita-se a ida de David Rios e Luciano Simões para outras legendas – inclusive o PR. Sidelvan Nóbrega (PRB) é uma das interrogações até agora. O parlamentar está sem espaço na legenda e articula para tentar viabilizar uma nova candidatura. Procurado, ele não foi encontrado pela Tribuna para comentar o caso. O número de parlamentares que devem mudar de sigla foi apontado pela Coluna Satélite.

PSL pode ser o mais desfalcado com mudanças

O PSL da Bahia é o partido que mais deve perder membros nas próximas semanas. Além dos problemas internos que se arrastam há alguns meses, muitos membros estão insatisfeitos com a possibilidade de o deputado estadual Jair Bolsonaro sair candidato pela legenda na eleição presidencial. Em outubro do ano passado, a Tribuna informou que os deputados Manassés, Alan Castro, Jurandy Oliveira, Reinaldo Braga e Nelson Leal deverão ser acolhidos em novas casas. Os três primeiros, aliás, foram anunciados como membros do Pros no final de 2017.

Todos são aliados do deputado federal Ronaldo Carletto (PP), que deve tentar uma vaga para tentar o Senado Federal. Para viabilizar o projeto, o parlamentar já colocou o esquadrão a postos e deve anunciar os próximos passos. A ideia é fortalecer o PR para que ele possa vislumbrar, quem sabe, uma vaga na chapa majoritária de Rui Costa – no entanto, uma aliança com o grupo de ACM Neto (DEM) também não está descartada. Robinho (PP) também deve seguir os passos do líder e migrar para a legenda presidida por José Carlos Araújo (PR), assim como Luiz Augusto (PP).

 

 

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