Nos Estados Unidos, na Rússia, no Japão, em Cingapura ou no Oriente Médio, lutadores do Brasil conquistaram cinturões de grandes eventos e tiveram bom desempenho no ano.
Maior evento de MMA do mundo, o UFC concentra grande parte da atenção da mídia e dos fãs de lutas. Mas há vida fora dele. Um dos maiores celeiros de talentos do planeta, o Brasil exportou campeões mais uma vez em 2017. Fora do Ultimate, os brasileiros conquistaram cinturões no Estados Unidos, na Europa e na Ásia.
Bellator
Grande rival do UFC, o Bellator manteve a tradição de ter brasileiros como campeões. Em 2017, foram três campeões e vários destaques. Após perder o título para Daniel Straus em 2015, o peso-pena Patrício Pitbull esperou dois anos, mas teve sua revanche. Uma finalização sensacional lhe devolveu o cinturão. Seu irmão, Patricky, vinha de derrota para Michael Chandler, em junho de 2016, mas se recuperou com duas grandes vitórias este ano e voltou à briga entre os leves.
Douglas Lima foi outro brasileiro a brilhar no Bellator em 2017. O meio-médio manteve sua cinta ao bater Lorenz Larkin por decisão unânime.
Quem também defendeu o título e se estabeleceu como um dos grandes na organização foi Rafael Carvalho, que nocauteou seus dois adversários no ano.
A conta pode aumentar: Leandro Higo terá a chance de vingar o Brasil e trazer o cinturão peso-galo de volta para o país. Ex-campeão da categoria, Dudu Dantas, da Nova União, é um dos grandes nomes brasileiros no Bellator. Destaque também para o rei da finalização Goiti Yamauchi e para Bruna Ellen e Talita Treta, em ascensão na organização.
Invicta FC
O evento parceiro do UFC só para mulheres tem uma brasileira com o maior reinado de todas as categorias. A peso-mosca Jennifer Maia, que conquistou o cinturão de sua divisão em 2016, manteve o título em 2017 ao vencer Agnieszka Niedwiedz.
A lutadora da Chute Boxe, número 1 peso-por-peso entre as brasileiras fora do UFC, tem vitórias expressivas contra grandes nomes do MMA feminino como Roxanne Modafferi, Vanessa Porto e Jéssica Bate-Estaca, e está no radar do UFC, que inaugurou a categoria em 2017.
KSW
O KSW se estabeleceu como grande evento de MMA da Europa em 2017. E por lá, claro, tem brasileiro com cinturão. Ariane Lipski, a “Rainha da Violência” detém o título peso-mosca feminino da organização baseada na Polônia.
A conta poderia ter aumentado com Fernando Santo Forte, que já foi campeão peso-pesado e teve chances de reconquistar a cinta que perdeu para Marcin Rozalski. Ele enfrentou Michal Andryszak, número 1 do ranking no dia 23 de dezembro, mas foi derrotado por nocaute aos 26s do primeiro round. Outro a perder o cinturão foi o peso-pena Kleber Koike. Campeão da categoria, o brasileiro teve o título retirado após não bater o peso para a luta contra o polonês Artur Sowinski também em 23 de dezembro. Mesmo derrotando o rival por finalização no terceiro round, o cinturão ficou vago.
Paulo Thiago, o “Caveira”, se aventurou na Polônia, mas não teve sucesso contra o grande nome da organização, o polonês Michal Materla.
PFL
Terceira força nos EUA, o antigo WSOF viveu um ano de transição. Agora chamado de Professional Fighters League, o evento segue com brasileiros em destaque após o reinado de Marlon Moraes, agora no UFC. Bruno Carioca venceu sua única luta no ano, contra Rex Harris, e se tornou o número 1 do ranking peso-médio. A organização realizará um torneio para coroar o novo campeão da categoria em 2018.
Além dele, outros dois destaques foram Luiz “Buscapé” Firmino, número 1 dos leves, e Caio Alencar, top 5 entre os peso-pesados.
LFA
Ainda no começo de 2017, o Legacy FC e o RFA se juntaram para formar o LFA. A organização já teve brasileiro campeão no ano de estreia: Markus Maluko, que foi contratado pelo UFC. Outros brazucas brilharam por lá: Ciro Bad Boy, Mackenzie Dern (agora no Invicta FC) e Daniel Sarafian venceram suas lutas no evento neste ano.
ONE Championship
É em Cingapura que o Brasil tem mais campeões fora do UFC. Maior evento da Ásia, o ONE Championship tem brasileiro doutrinando faz tempo. Bibiano Fernandes, o “The Flash”, é considerado por muitos o melhor peso-galo fora do UFC. Campeão inconteste desde 2013, ele está invicto há 13 lutas e não perdeu nos últimos 7 anos.
Além dele, mais três brazucas são campeões e mantiveram seus cinturões em 2017. Roger Gracie se aposentou do MMA e levou com ele o título dos meio-pesados da organização. Adriano Moraes venceu e defendeu o cinturão peso-mosca em 2017, enquanto Alex Silva saiu dos moscas para se sagrar campeão dos palhas contra o japonês Yoshitaka Naito.
Fight Nights Global
Na Rússia, que também aposta em grandes eventos de MMA, o Brasil chegou ao topo do pódio. Ex-UFC, Fábio Maldonado, o “Caipira de Aço”, se sagrou campeão meio-pesado com uma finalização sobre Kurban Omarov em polêmico evento (HIPERLINK) em setembro.
Outros veteranos brasileiros também brilharam no evento, como Rousimar Toquinho, Antonio Pezão, Diego Brandão e Maiquel Falcão, todos no top 10 de suas categorias.
ACB
Com muitos brasileiros na organização, o ACB, maior evento de MMA da Rússia, também registrou bons momentos para o país. O grande destaque é o ex-UFC Thiago Silva, o número 2 do ranking meio-pesado e que chegou a ser campeão no início do ano, mas perdeu o título para o russo Batraz Agnaev.
De olho em um dos grandes mercados de lutas no mundo, os russos desembarcaram no Brasil em outubro para estrear o evento por aqui. No Rio de Janeiro, a ideia era ter Cachorrão contra Daniel Sarafian na luta principal, mas com lesões, foi Buscapé quem fez as honras da casa e finalizou Islam Makoev.
Titan FC
O Titan FC chegou a se fundir com o LFA e esteve incluído na união entre os eventos. Meses depois, foi recomprado pelo ex-presidente Joe Kelly e voltou a realizar lutas. Adivinha quem se deu bem com isso? O Brasil, claro. O peso-leve Raush Manfio, da Team Nogueira, conquistou o cinturão da categoria com um nocaute arrasador sobre Chazz Walton.
Além do título de Manfio, o evento revelou a brasileira Kalindra Faria, que foi para o UFC em 2017, e tem também em seus destaques Carina Damm e os brasileiros Freddy Assunção (irmão de Raphael Assunção), Adriano Capitulino, Valdir Araujo e Luciano dos Santos.
M-1 Challenge
No tradicional M-1, nenhum cinturão, mas boas apresentações de Vinny Pezão, “Super” Mario Miranda, Ronny Markes e Caio Hellboy, todos no top 5 de suas categorias. O evento não exige exclusividade, e, portanto, os atletas lutam também em outras organizações.
Road FC
No coreano Road FC, ainda há o que definir em 2017. E tem brasileiro na briga: o ex-UFC Ronys Torres está na semifinal dos leves e cada vez mais próximo de conquistar o prêmio de US$ 1 milhão do Grand Prix da organização. O manauara enfrentará Shamil Zavurov nas semis.
WFCA
Na Chechênia também tem Brasil! O veterano ex-UFC Delson Pé de Chumbo é o grande destaque, junto com Fabiano Jacarezinho. Os eventos costumam ter muitos brasileiros, mas a arbitragem é criticadíssima. Nomes conhecidos como Geronimo Mondragon e Ildemar Marajó também se arriscaram por lá. Quem também teve boas vitórias no Akhmat foi o peso-mosca Bruno Macaco, da Nova União, que perdeu a disputa do cinturão para Yunus Evloev.
Brave
Grande evento de MMA do Oriente Médio, o Brave desembarcou no Brasil em 2017 para realizar duas edições. Mas não foi só essa a ligação da organização com o nosso país. O meio-pesado Klidson Abreu conquistou o cinturão da categoria em Curitiba, em agosto, e se tornou o primeiro brasileiro a ser campeão do evento.
No Japão
Desde o PRIDE que o Japão não conseguiu emplacar mais nenhum evento de peso. O Rizin chegou para fazer companhia às grandes organizações japonesas de MMA como Shooto e Pancrase. Por lá, pouco brilho dos brasileiros em 2017.
O Rizin tem dois brasileiros na briga pelo título do Grand Prix de suas divisões: Gabriel Oliveira disputa as quartas no peso-galo e Maria Oliveira as semis do peso-átomo. Campeã mundial de jiu-jítsu, Gabi Garcia fará duelo em peso casado de 95kg contra a estrela japonesa Shinobu Kandori, de 53 anos.
A peso-palha Vivi Gomes e o peso-galo Alexandre Cirne foram os únicos a vencer no Pancrase, que chegou a manter lutas-exibição ao estilo WWE mas voltou a ser competitivo nos últimos tempos.