O partido do ex-prefeito ACM Neto, o União Brasil, ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) para tentar anular a reeleição do vereador Geraldo Júnior (MDB) na presidência da Câmara de Salvador. Segundo o documento, “as normas em questão, ao permitirem a recondução de membros da Mesa Executiva, na mesma ou em diferentes legislaturas, violam os princípios republicano e do pluralismo político, art. 1º, caput e inc. V, da Constituição Federal, na linha do que já assentou este c. Supremo Tribunal Federal em diversas oportunidades”
Geraldo, eleito para o terceiro mandato, rompeu com o grupo de Neto para ser candidato a vice de Jerônimo Rodrigues na disputa pelo governo da Bahia. Decepção – Pré-candidato a governador da Bahia, ACM Neto (União Brasil) disse que foi uma “decepção pessoal” a articulação do presidente da Câmara de Vereadores, Geraldo Júnior (MDB), que conduziu o emedebista para o terceiro mandato como chefe do Legislativo soteropolitano e para ser candidato a vice-governador na chapa de Jerônimo Rodrigues (PT).
Ao comentar o fato, ACM Neto disse que perdeu a “capacidade de me surpreender com as coisas da política” e que não estava “preocupado com esse fato em si”, mas declarou que “dói profundamente” o rompimento com Geraldo Júnior por causa da relação de amizade. “Eu sou um cara muito verdadeiro, gente. Eu fui pego de surpresa. Inteiramente de surpresa com essa decisão de Geraldo Júnior ser candidato a vice na chapa do PT, porque Geraldo vinha, até a véspera do anúncio dele, conversando diariamente comigo, tentando articular aliança do MDB comigo. Então, foi uma grande surpresa. Não que, do ponto de vista político, essa surpresa seja maior do que as que já tive. Não que, do ponto de vista eleitoral, se preocupe com esse movimento. A questão é muito mais pessoal. Todo mundo sabe… as fotos estão aí, os fatos, a história. Eu e Geraldo a nossa relação era uma relação de amizade, que transcendia a política. Veja, neste momento, nós somos adversários. Vamos ser claro. Não vamos ficar com duas conversas. Vamos ser claro. Geraldo é candidato a vice-governador contra mim, ponto. Somos inimigos? Não. Não sou inimigo de Geraldo, mas, neste momento, estamos em campos opostos, desde que ele tomou a decisão e eu surpreendido por essa decisão, nós não temos mais contato. Natural”, declarou ACM Neto, em entrevista à imprensa.
Neto falou ainda sobre sua articulação que barrou a intenção do ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, de ser candidato à Presidência pelo União Brasil. “Não é veto. Eu não suporto a palavra ‘veto’. Eu coloquei claramente que, neste momento, não caberia uma candidatura de Moro pelo União Brasil à presidente da República, porque o partido vem sendo construído já há algum tempo. Nós fizemos um grande esforço para assegurar a fusão, e consequentemente a fundação do União Brasil. Moro não fez parte dessa história. Ele quer vir para o partido? Não tem dificuldade nenhuma. Ele vai construir uma história dentro do partido. Ele vai mostrar o que pode ajudar e contribuir para o partido crescer no futuro. Nós não descartamos avaliar a candidatura dele, mas não para a eleição de 2022. Por quê? Porque entendo que as prioridades nossas hoje são outras”, disse Neto, que é secretário-geral do União Brasil.