Alta taxa de gravidez prematura é mais comum em regiões carentes e com baixa escolaridade.
Um estudo realizado pelo instituto Datasus revelou que um em cada cinco bebês nascidos no Brasil por ano é filho de mãe adolescente. Em 2016, 431 mil crianças nasceram de jovens com menos de 20 anos.
O Norte e o Nordeste do país têm os maiores índices de gravidez na adolescência. É lá que se concentram quase um terço das gestações precoces registradas no Brasil. De acordo com o estudo, as regiões mais carentes têm maior número de gestações antecipadas.
Segundo publicação do jornal Folha de S. Paulo, um estudo do Ipea apontou que 76% das jovem brasileiras de 10 a 17 anos que têm filhos não estudam. 58% delas não estudam nem trabalham.
Em São Paulo, embora as taxas sejam mais baixas (15,1% no estado e 12,5% na cidade), os índices custam a cair. Nos EUA, por exemplo, a taxa de gravidez na adolescência diminuiu 44% de 2007 a 2015. Hoje, representa 6% do total.
O neonatologista da Unicamp Sérgio Marba alerta para o alto risco dessas mães gerarem crianças prematuras, com baixo peso e má formação, pois muitas não fazem o pré-natal, o que aumenta, inclusive, a taxa de mortalidade. “É uma mãe que não faz pré-natal direito, tem condição socioeconômica mais complicada e muitas vezes esconde a gravidez”, explicou o especialista.