Presidenciável do PSL responde a processo depois de afirmar que “não estupraria” Maria do Rosário (PT-RS) porque ela “não mereceria”
Depois de depor como testemunha de defesa no processo em que o deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) é acusado de incitar o crime de estupro, o deputado Pastor Eurico (Patriota-PE) afirmou, em entrevista à imprensa, que ele é um “defensor das mulheres” e que o julgamento dessa ação se transformou em um “factoide político”.
Aliado de Bolsonaro, Pastor Eurico depôs juntamente com o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) por um juiz indicado pelo ministro Luiz Fux no STF. Fux é relator das duas ações em que Bolsonaro é réu pelas declarações à deputada Maria do Rosário (PT-RS). Em 2014, Bolsonaro afirmou que “não estupraria” a deputada porque ela “não mereceria”.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro pelo crime de incitação ao estupro e a deputada Maria do Rosário moveu uma ação penal por injúria contra ele. Os processos tramitam em conjunto no STF.
“Acho que é um fato isolado a que tem se dado uma repercussão tamanha, e está provado que ele é um defensor das mulheres, muito mais do que muitas mulheres que aí estão no parlamento”, disse Eurico sobre Bolsonaro. “O momento é um momento para se criar um factoide político”, disse.
Onyx Lorenzoni afirmou que a declaração de Bolsonaro foi proferida no contexto em que ele estaria protegido pela imunidade parlamentar, que isenta deputados de ações penais por falas realizadas no exercício do mandato.
O advogado Cezar Britto, que representa Maria do Rosário na ação e acompanhou a audiência, afirmou que os depoimentos não acrescentaram novos elementos ao processo, pois os dois deputados não presenciaram o momento em que Bolsonaro fez as declarações à deputada. Também nesta terça-feira, o STF vai julgar se recebe outra denúncia da PGR e torna Bolsonaro réu pelo crime de racismo